As práticas e discussões sobre arquitetura estão ampliando-se para temas mais complexos que não podem mais serem assegurados exclusivamente na figura do gênio solitário e suas obras-primas. Há outras questões em evidência e urgentes que levam em conta a necessidade de novas agendas e parcerias entre os profissionais que envolvem o trabalho coletivo da arquitetura. Este texto buscará apresentar um panorama sobre a colaboração entre profissionais diversos, arquitetos e clientes na consolidação do campo da arquitetura, argumentando que a arquitetura só se efetiva a partir da participação entre interessados e interesses diferentes.
A construção de reflexões mais amplas sobre o campo profissional
A produção e o estudo da arquitetura e sua relação com a vida cotidiana, com as relações de gênero e a produção cultural do período tem estimulado os pesquisadores a buscar novas fontes de estudo e a ampliar a análise sobre suas ideias e realizações. Beatriz Colomina (1) sugere o uso de novas fontes para compreender a construção de uma historiografia mais ampla, entre as quais a autora propõe analisar a relação entre os críticos, curadores, fotógrafos e outros profissionais com os arquitetos, assim como as dinâmicas que aconteciam nos ateliês e escritórios para compreender o desenvolvimento, construção e difusão de uma proposta. Neste sentido, vale destacar um caso bastante conhecido que articula a ideia da valorização do gênio solitário em contraposição ao trabalho coletivo, as trocas entre profissionais e as questões de gênero.
Em 1991, Robert Venturi foi selecionado para ser agraciado com o Prêmio Pritzker individualmente, apesar da notória colaboração com sua esposa e arquiteta Denise Scott-Brown. Nascida em 1931 na Zâmbia e criada na África do Sul, ali permaneceu até os primeiros anos de sua graduação, finalizada na Inglaterra. Após mudar-se para os Estados Unidos, conheceu seu marido, Robert Venturi, em 1960 – que se tornaria também seu sócio na hoje Venturi, Scott Brown and Associates – VSBA em 1969. Scott Brown coordenou a VSBA por muitos anos, mas isso não a impediu de sentir os efeitos do sexismo, acentuado pelo fato de trabalhar com o próprio marido.
Seu trabalho se tornou reconhecido internacionalmente depois que publicou Aprendendo com Las Vegas: o simbolismo esquecido da forma arquitetônica, ao lado de Robert Venturi e de Steven Izenour. Os autores analisam a paisagem urbana de Las Vegas dominada por anúncios de hotéis, restaurantes e lojas e notam a importância dos símbolos de comunicação que provêm direção, unificam a paisagem e chegam a ser mais importantes que os próprios edifícios.
Movida pelas experiências desagradáveis a que tinha sido submetida até então, Denise Scott Brown redigiu o artigo intitulado “Room at the Top? Sexism and the Star System in Architecture”, que não foi publicado à época de sua apresentação pública (1975), mas paulatinamente ganhou notoriedade até chegar oficialmente aos leitores em 1989 com o livro “Architecture: a place for women”, organizado por Ellen Perry Berkeley e Matilda McQuaid. No texto, discorre sobre situações que lhe aconteciam diariamente – jantares separados apenas para as esposas dos arquitetos, aos quais não podia se juntar; eventos de onde era barrada simplesmente por conta de seu gênero; reuniões de trabalho onde “a esposa do arquiteto” não era bem-vinda; jornalistas ignorando sua presença em entrevistas. Além disso, faz uma forte crítica ao “star system” da arquitetura – sistema onde poucos escolhidos são elevados ao patamar de gênios solitários – que, em sua opinião, “entende o escritório como uma pirâmide com um designer no topo” e que “tem pouco a ver com as relações complexas que existem hoje na arquitetura e na construção” (2).
Apesar das regras do Prêmio Pritzker na época estabelecerem que somente uma pessoa pudesse ser premiada por vez, Scott Brown sentiu-se ofendida com mais esta demonstração de desdém ao seu trabalho e recusou-se a participar da cerimônia, em protesto. Numa entrevista à revista AU em 2013, ela afirmou que “o Instituto Americano de Arquitetos – AIA, por exemplo, só acredita em uma única mente genial. Assim como o AIA, o Pritzker tem de se livrar da ideia do arquiteto-gênio que faz tudo sozinho. O prêmio deve saudar o conceito de criatividade conjunta. E há muitos tipos de processos criativos: coletivos ou não”.
Arielle Assouline-Lichten e Caroline James, estudantes da Faculdade de Design de Harvard, lançaram em 2012 uma petição online pelo reconhecimento de Scott Brown pelo Comitê do Pritzker, ação que ganhou força e grande repercussão, inclusive na mídia não especializada. A petição subverteu o valor dessa publicidade, suas autoras causaram comoção em favor de Scott-Brown, exigiram espaço de divulgação do caso e agiram coletivamente.
Em 2013, o então presidente do júri do Pritzker Peter Palumbo – um colecionador de arte, amante da arquitetura moderna – respondeu à petição negando conceder um prêmio retroativo, justificando que “os júris de Pritzker, ao longo do tempo, são compostos por indivíduos diferentes, cada um dos quais faz o possível para encontrar o candidato mais qualificado. Um júri posterior não pode reabrir ou adivinhar o trabalho de um júri anterior, e nenhum já fez isso” e finaliza agradecendo por "chamar diretamente nossa atenção para um problema mais geral, o de garantir às mulheres um lugar justo e igualitário dentro da profissão”.
Em 2004, quando Zahah Hadid ganhou o Pritzker pelo seu trabalho, a mídia ressaltava o fato de ela ser mulher, mas com uma personalidade difícil e com um modo workahoolic de levar a vida, algo questionável para uma mulher. Hoje, seu escritório ainda ativo emprega centenas de funcionários e projetos realizados em três continentes, além de inúmeras parcerias no campo do design.
Em abril de 2020, o Prêmio Pritzker foi indicado à dupla Yvone Farrell e Shelley McNamara, sócias fundadoras do Grafton Architects pelo seu trabalho. Um reconhecimento da parceria de duas arquitetas irlandesas com trabalhos realizados ao redor do mundo. Neste momento, a crítica novamente buscou demonstrar que seu trabalho não era feminino ou delicado, mas associado a uma produção brutalista, mesmo sem definir do que se trata uma arquitetura feminina. Na página do escritório, é possível ler o nome de seus colaboradores atuais e os que já passaram pelo escritório desde 1978. Uma demonstração, ainda não reconhecida pela crítica, da importância do trabalho coletivo no campo da arquitetura.
Parcerias na arquitetura
A questão das parcerias tem sido um tema explorado por pesquisadoras mais recentemente. Chadwick e Courtivron reúnem uma série de parcerias artísticas no livro Amor e arte e defendem a ideia de que “o casal é apenas um entre as muitas configurações de companheirismo humano, o que incluí círculos de amigos e amantes que não se reduzem facilmente aos pares” (3). No livro, são enfatizados casais com parcerias sexuais e criativa onde se buscou inventar novos papeis e negociar os antigos, assim como repensar conceitos de autonomia, autoria, compromisso e sucesso.
Beatriz Colomina (4) escreveu um interessante texto para o catálogo da exposição sobre mulheres artistas do Moma onde questiona a maneira como algumas dessas mulheres são tratadas pela historiografia, enfatizando a relação de hierarquia diferenciada que se estabelece entre o “com” e o “e”, onde “com” propõe graus diferentes de relação e o “e” parcerias mais próximas.
A respeito das parcerias – seus apagamentos e sombras – na historiografia da arquitetura, diversas autoras têm pesquisado arquitetas, engenheiras e designers que atuaram intensamente na discussão e produção de obras de vanguarda. Destacam-se Margareth Macdonald e Charles Rennie Mackintosh, Lilli Reich e Mies van der Rohe, Aino e Alvar Aalto, Charlotte Perriand e Le Corbusier, Charles e Ray Eames, e muitos outros. Nesta parceria, muitas vezes às mulheres são relegados a responsabilidades pela arquitetura de interiores ou pelas cozinhas, inseridas numa lógica hierárquica que as enxerga o pensar interiores como uma prática de menor valor.
Silvana Rubino (5) explorou em sua tese de livre docência Lugar de mulher a trajetória de três arquitetas: Charlotte Perriand, Lina Bo Bardi e Carmem Portinho, mas já na introdução da tese afirma que a participação feminina no Movimento Moderno demanda investigações no âmbito da sociologia da cultura, história social, cultura visual, história da arquitetura e cultura material tendo como foco o papel das relações de gênero na produção de objetos como mobiliário, projetos arquitetônicos e planos de cidade. A pesquisa de Rubino demonstra como as trajetórias dessas três profissionais foram muitas vezes assombreadas na historiografia da arquitetura em função das dinâmicas dos escritórios de arquitetura e do funcionalismo público, como também pela presença masculina de outros profissionais e parceiros que ganhavam mais destaque nos trabalhos realizados de maneira conjunta.
Atualmente, algumas frentes de trabalho e pesquisas acadêmicas ou de movimentos sociais tem atuado realizando inventários de nomes de profissionais de raça e gênero diversos de maneira a dar visibilidade e trazer representatividade a grupos até então relegados na historiografia. São exemplos os coletivos feministas nos cursos de graduação das faculdades de arquitetura e urbanismo, grupos de profissionais como as das Arquitetas Invisíveis e as Arquitetas Negras que tem mobilizado discussão importantes no campo a partir de debates públicos, publicações e exposições.
Em agosto deste ano, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU BR apresentou o 1º Diagnóstico de “Gênero na Arquitetura e Urbanismo” (6) a partir de uma pesquisa espontânea, com dados obtidos de julho de 2019 a fevereiro de 2020 por um formulário eletrônico. A partir da resposta de 987 profissionais do campo da arquitetura – dos quais 767 eram mulheres e 208 homens – as diferenças entre homens e mulheres em relação à ascensão, remuneração e reconhecimento profissional são discrepantes, especialmente quando se analisa a questão racial. A pesquisa, mesmo com uma amostragem ainda reduzida, coloca-se como um primeiro passo para estabelecer políticas de equidade de gênero.
Se a presença feminina na profissão é reduzida e a lacuna historiográfica pode ser lida como constitutiva do próprio campo, temos a oportunidade de revisão de fontes, trajetórias, análise de obras e de formular novas indagações que permitam recuperar indícios referentes ao estatuto, papel e significado na sociedade, por exemplo, de obras e autoras “menores”, em outras palavras, de sólidas e não nomeadas hierarquias internas de gênero.
Como demonstra Rubino (7), Charlotte Perriand era sobretudo conhecida pelo trabalho que realizou com Le Corbusier e Pierre Jeanneret. Ela trabalhou em dois momentos no escritório do arquiteto localizado na rue de Sèvres que se destacava como uma figura importante no modernismo vanguardista francês. O ateliê de Le Corbusier nesse momento contava com poucas pessoas. Além dele e de seu primo e parceiro de trabalho Pierre Jeanneret, contava com o arquiteto suíço Alfred Roth e com dois japoneses, Junzo Sakakura e Kunio Maejawa, além do iugoslavo Ernst Weissmann. Em suas memórias, Perriand revela a troca intensa que se dava entre os profissionais e com Le Corbusier. Esta dinâmica é revelada em documentos internos apresentados em livros e exposições promovidos pela Foundation Le Corbusier. Recentemente, uma mostra expográfica na Foundation Louis Vitton, em Paris, buscou lançar luz para a produção de Perriand além da parceria com Le Corbusier.
No Brasil, percebe-se nos trabalhos acadêmicos aproximações diferentes e um interesse crescente com as dinâmicas dos escritórios de arquitetura. O livro sobre os irmãos Roberto – publicação relacionada à pesquisa de doutorado de Luiz Felipe Machado Coelho de Souza – apresentam os membros do escritório, desde a secretária até os estagiários que participaram do funcionamento dos arquitetos cariocas (8). Assim, incorpora nome de autores relacionados às várias etapas de um trabalho coletivo. Ou a pesquisa realizada pelas equipes do Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo – USP no arquivo da Superintendência de Espaços Físicos da Universidade de São Paulo – SEF USP (9) que demonstrava a fundamental importância do trabalho dos desenhistas no desenvolvimento dos projetos de arquitetos renomados. Os dois trabalhos aqui citados demonstram o cotidiano do trabalho coletivo nos escritórios de arquitetura, quando arquitetos, desenhistas e estagiários trabalhavam intensamente no desenvolvimento de projetos das mais variadas escalas. A autoria dos desenhos que fazem parte dos estudos é desprezada no momento em que se padronizam a linguagem dos desenhos e das tipografias, ensinadas desde os primeiros anos da faculdade como um modelo a ser repetido nas pranchas de projeto, sem a identidade ou personalidade definida do autor.
Além do cotidiano dos escritórios, as colaborações entre arquitetos, paisagistas, engenheiros, fotógrafos revelam ricas informações sobre a construção de narrativas historiográficas, como as parcerias de Burle Marx com os arquitetos modernos brasileiros, Joaquim Cardozo e Oscar Niemeyer, entre tantas outras.
Parcerias também envolvem clientes e arquitetos
Um exemplo dessa nova abordagem é o livro de Alice Friedman (10) que investiga as relações estabelecidas entre arquitetos e clientes, explorando o processo de colaboração e negociação para as decisões de programa e desenho. Nesta publicação, a partir da análise de seis casas e das relações estabelecidas entre arquitetos e clientes mulheres, foram analisadas mudanças de paradigmas no espaço residencial e de suas propostas espaciais inovadoras. Para desenvolvimento da pesquisa, a autora consultou correspondências, diários, memórias, gravou entrevistas e demonstrou o papel crucial das clientes na realização e concepção dos projetos. Uma reflexão sobre a obra e a memória de sua moradora a partir de uma análise historiográfica e de pesquisa de campo foi apresentada no artigo “A Casa de vidro e sua moradora invisível” onde se relata como alguns apagamentos das disputas pela residência (11).
O diálogo entre clientes e arquitetos até pouco tempo era deixado de lado e lembrado como agentes que financiavam a genialidade do arquiteto ou de maneira anedótica. Levando em consideração que os clientes são interlocutores interessados em ampliar as possibilidades doméstica no campo da arquitetura, como também de outros programas. Sylvia Lavin (12) estudou a obra do arquiteto Richard Neutra e demonstra como ele tratava de maneira cuidadosa e minuciosa seus clientes: entrevistas, anotações dos hábitos e cotidiano, elaborando questionários. Arquiteto faz o papel de um terapeuta para construir o lar de uma família.
Os exemplares reforçam a hipótese defendida pelo historiador inglês Tim Benton de que as casas desenhadas pelos arquitetos do movimento moderno não são construídas para qualquer um: “modernism was conceived in the image of a very particular kind of person” (13). Em geral, eram figuras intelectualizadas, bem sucedidas profissionalmente e brancas.
O diálogo entre clientes e arquitetos até pouco tempo era deixado de lado e lembrado como agentes que financiavam a genialidade do arquiteto ou de maneira anedótica. Levando em consideração que os clientes são interlocutores interessados em ampliar as possibilidades doméstica no campo da arquitetura, como também de outros programas.
O diálogo com a antropologia pode colaborar diretamente com entendimentos das práticas e hábitos cotidianos de moradores, funcionários e visitantes dessas casas. Esta relação entre arquitetos e seus clientes precisa ainda ser melhor analisada, não somente na vida doméstica, mas também no desenvolvimento de proposta de museus, igrejas, instituições governamentais.
Giedion afirma – no texto introdutório “O Brasil e a arquitetura contemporânea” do livro de Henrique Midlin – que transparece o encantamento a arquitetura brasileira, valoriza não só as obras excepcionais, mas também o nível médio das construções. Afirma ainda que isto se deve não só a capacidade técnica de seus arquitetos, mas também ao convencimento dos clientes. “Sem dúvida não haveria obras criativas sem arquitetos criativos, mas arquitetos criativos existem em muitos outros países. O que está faltando em muitos países é apoio financeiro e clientes, governos e administrações que não entravem o verdadeiro talento” (14).
É importante ainda ressaltar o papel do Estado na promoção da arquitetura moderna brasileira, seja na relação intensa que se estabelece entre Estado Novo com a construção do Ministério da Educação e Saúde, seja o concurso de Brasília em que a relação entre Oscar Niemeyer e Juscelino Kubistchek incentivam sua participação no júri e o desenho dos edifícios governamentais da nova capital federal. Os estudos sobre essas questões crescem, amadurecem, apontam novos caminhos historiográficos, mas o que se sabe efetivamente sobre a construção deste novo lugar? A psicóloga Tania Fontenele reuniu em seu documentário Batom e Poeira uma série de histórias das mulheres que participaram ativamente da construção dos edifícios, espaços públicos e do cotidiano de Brasília.
O uso de novas fontes permite compreender a construção de uma historiografia mais ampla, entre as quais é possível analisar a relação entre os críticos, curadores, fotógrafos e outros profissionais com os arquitetos, assim como as dinâmicas que aconteciam nos ateliês e escritórios para compreender o desenvolvimento, construção e difusão de uma proposta.
Por uma compreensão mais ampla
Entender as participações dos diversos profissionais no processo de criação, desenvolvimento e execução dos projetos de arquitetura não é uma questão de justiça ou precisão histórica, mas uma maneira de entender melhor a arquitetura e os modos complexos como é produzida a narrativa.
Se a presença feminina na profissão é reduzida e a lacuna historiográfica pode ser lida como constitutiva do próprio campo, temos a oportunidade de revisão de fontes, trajetórias, análise de obras e de formular novas indagações que permitam recuperar indícios referentes ao estatuto, papel e significado na sociedade, por exemplo, de obras e autoras “menores”, em outras palavras, de sólidas e não nomeadas hierarquias internas de gênero – no duplo sentido, incluindo gêneros artísticos.
Entender e apresentar como essas estruturas funcionam colaboram para pensar novas formas de atuar tanto na academia quanto nas práticas profissionais. Trata-se de entender que não há trabalho menor, mas trabalho cotidiano inserido em um sistema onde não precisa prevalecer sempre uma única figura em destaque. Assim, o trabalho do estagiário, do pesquisador de iniciação científica, do arquivista também importa e deve ser nomeado, vislumbrado e valorizado.
Ainda segundo Beatriz Colomina, “não é por acaso que mulheres e estudiosos gays estão liderando o caminho; a questão da colaboração é devida à crítica do feminismo, com foco no velamento das contribuições e na domesticidade do poder. Bolsas de estudos mais recentes nas áreas de raça, sexualidade, estudos culturais e estudos pós-coloniais também começaram a atuar como um recurso crucial. Embora raramente se refira diretamente a essa bolsa, a história da arquitetura está começando a absorver muitas de suas lições e abrir a pesquisa para novas questões” (15).
notas
1
COLOMINA, Beatriz. The private life of modern architecture. Journal of the Society of Architectural Historians, vol. 58, n. 3, Nova York, set. 1999.
2
SCOTT-BROWN, Denise. Room at the Top? Sexism and the Star System in Architecture In BERKELEY, Ellen Perry; MCQUAID, Matilda (org.). Architecture: a place for women. Washington, Smithsonian Institution Press, 1989, p. 240.
3
CHADWICK, Whitney; COURTIVRON, Isabelle de (org.). Amor e Arte: duplas amorosas e criatividade artística. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1995, p. 11.
4
COLOMINA, Beatriz. With, or without you: the ghosts of modern architecture. In BUTLER, Cornelia; SCHWARTZ, Alexandra (org.). Women Artist. Nova York, The Museum of Modern Art, 2010.
5
RUBINO, Silvana Barbosa. Lugar de Mulher. Tese de livre docência. Campinas, IFCH Unicamp, 2017.
6
Diagnóstico revela o perfil da desigualdade de gênero na Arquitetura e Urbanismo. Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, Brasília, 4 ago. 2020 <https://bit.ly/2UTbzPP>.
7
RUBINO, Silvana Barbosa. Op. cit.
8
SOUZA, Luiz Felipe Machado Coelho de. Irmãos Roberto, arquitetos. Rio de Janeiro, Rio Books, 2014.
9
COSTA, Sabrina Studart. Fontenele; SILVA, Cibele. Monteiro. Para um inventário dos Edifícios Tombados ou em Processo de Tombamento da USP no Acervo da SEF. In José Tavares Correia de Lira (org.). Patrimônio Construído da USP: preservação, gestão e memória. São Paulo, Edusp, 2014, p. 296-307.
10
FRIEDMAN, Alice T. Women and the making of the modern house: a social and architectural history. New Haven, Yale University Press, 2006.
11
FONTENELE, Sabrina. A casa de vidro e sua moradora invisível. Sobre a residência projetada por Mies van der Rohe para Edith Farnsworth. Projetos, São Paulo, ano 17, n. 201.03, Vitruvius, set. 2017 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/17.201/6693>.
12
LAVIN, Sylvia. Form Follows Libido: Architecture and Richard Neutra in a Psychoanalytic Culture. Cambridge, The MIT Press, 2004.
13
BENTON, Tim. The modernist house. Londres, V & A Publication, 2006, p. 16.
14
GIEDION, Siegfried. O Brasil e a arquitetura contemporânea. In MINDLIN, Henrique E. Arquitetura moderna no Brasil. Rio de Janeiro, Aeroplano Editora/Iphan, 2000, p.17.
15
“It is not by chance that women and gay scholars have been leading the way; the issue of collaboration is indebted to feminist criticism, with its focus on the veiling of contributions and the domesticity of power. More recent scholarship in the areas of race, sexuality, cultural studies, and postcolonial studies has also begun to act as a crucial resource. While rarely referring directly to this scholarship, architectural history is starting to absorb many of its lessons and open research to new questions”. COLOMINA, Beatriz. With, or without you: the ghosts of modern architecture (op. cit.), p. 230. Tradução da autora.
sobre a autora
Sabrina Studart Fontenele Costa é arquiteta e urbanista, com mestrado e doutorado pela FAU USP, onde realizou pesquisas publicadas sobre arquitetura, cidade e preservação. Finalizou em 2019 o pós-doutorado na Unicamp com apoio da Fapesp. Autora dos livros Edifícios modernos e o traçado urbano no Centro de São Paulo (2015) e Restauro da Faculdade de Medicina da USP: estudos, projetos e resultados (2013), além de vários capítulos de livro e artigos. Colabora desde 2018 como professora na Escola da Cidade onde é Coordenadora de Pesquisa do Conselho Científico. Diretora de Cultura do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento São Paulo onde atua como responsável pelos projetos relacionados ao acervo do órgão, programação cultural e editorial (2020-22) e como curadora residente da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo de 2021.