Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
Guilherme Wisnik, Ligia Nobre e Ana Luiza Nobre apresentam as propostas curatoriais da X Bienal de Arquitetura de São Paulo.

how to quote

WISNIK, Guilherme; NOBRE, Ligia; NOBRE, Ana Luiza. Cidade: modos de fazer, modos de usar. Drops, São Paulo, ano 14, n. 074.06, Vitruvius, nov. 2013 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/14.074/4962>.


Brasil: o "espetáculo do crescimento". Transposição do rio São Francisco
Foto Tuca Vieira


As cidades estão hoje no centro da discussão internacional. O mundo se urbanizou de forma rápida e avassaladora, as cidades incharam, tornaram-se infinitamente mais complexas, e a ciência responsável por refletir sobre esses processos e regrar os caminhos de seu crescimento – o urbanismo – entrou em colapso.

Desacreditado o modelo ocidental para o desenvolvimento urbano após a crise financeira de 2008, cidades que cresceram em meio a crises sistêmicas fora do centro, como São Paulo, Rio de Janeiro, Lagos e Shenzhen, assumiram relevância em função dos problemas e das complexidades para os quais apontam. Se nos anos 1990 vivíamos uma espécie de fatalismo, segundo o qual as cidades pareciam não ter alternativa a não ser entregar-se inteiramente ao capital financeiro e globalizado, hoje as experiências bem-sucedidas (ainda que contraditórias) de cidades como Medellín, somadas à força contestatória dos diversos “occupy”, demonstram que os centros urbanos não podem ser apenas “máquinas de produzir riqueza”, segundo a definição de Harvey Molotch e John Logan.

Mas o próprio lugar do Brasil como país emergente também já está posto seriamente em dúvida e o otimismo acrítico frente ao futuro de nossas cidades diante dos megaeventos que se aproximam foi definitivamente rompido pela “voz das ruas”. Vivemos, certamente, um momento de quebra de paradigmas. E é sobretudo nos momentos de crise que temos a chance de mudar as coisas. 

Hoje fica mais evidente que o espaço público não é o lugar apaziguado do encontro, e sim do conflito, do atrito. É na esfera pública que as diferenças, inerentes à vida nas cidades, são negociadas. Ocupar, tensionar, protestar, resistir são ações vitais nos centros urbanos do mundo hoje – como Nova York, Istambul e muitas cidades brasileiras –, mostrando que as práticas sociais ligadas ao uso do espaço público podem se contrapor de forma relevante à especulação imobiliária, ao consumismo exacerbado e à predominância dos interesses privados. 

“Fazer” e “usar” a cidade parecia ser, até pouco tempo, um par dicotômico, que aludia, de um lado, às forças políticas e econômicas que constroem a cidade junto ao desenho do arquiteto e, de outro, ao uso dos espaços urbanos pela população. Hoje, no entanto, está claro que esses polos não se separam, pois usar é fazer e vice-versa, e não daremos conta da complexidade crescente das cidades sem arquitetarmos seus fazeres e usos de maneira dialógica. 

São inúmeras as questões que hoje retornam a partir do arco de problemas levantados de forma experimental nos anos 1960 e 1970. Entre eles estão o papel ativo conferido ao uso das cidades e a emergência de práticas colaborativas que ensejam as redes horizontais de trabalho no mundo contemporâneo. O mottolefebvriano do “direito à cidade” está, de novo, na ordem do dia, pois o cidadão que usa o espaço urbano reivindica o direito de participar de sua construção. E esse direito inclui não apenas a satisfação de necessidades básicas, como transporte, habitação, saúde e educação, mas também a realização de desejos, sobretudo o desejo, múltiplo e difuso, de cidades melhores para fazer e usar na vida cotidiana. Isto é, cidades que sejam verdadeiramente lugares para a ação.

notas

NE1
Texto curatorial da X Bienal de Arquitetura de São Paulo.

NE2
Saiba a programação completa da X Bienal de Arquitetura de São Paulo.  

sobre os autores

Guilherme Wisnik é arquiteto, formado pela Universidade de São Paulo (1998), mestre em História Social (2004) e doutor em Arquitetura e Urbanismo (2012) pela mesma Universidade; professor da Escola da Cidade e da Universidade de São Paulo, curador da X Bienal de Arquitetura de São Paulo.

Ligia Nobre é arquiteta, mestre pela Architectural Association School of Architecture (AA, Londres). Co-dirigiu a plataforma Exo Experimental, em São Paulo. Assistente de pesquisa e de ensino dos arquitetos Jacques Herzog e Pierre de Meuron no Studio Basel – ETH (Basileia, Suíça). Curadora adjunta da X Bienal de Arquitetura de São Paulo. 

Ana Luiza Nobre é arquiteta, crítica e historiadora da arquitetura. Membro do Comitê Internacional de Críticos de Arquitetura (CICA). Professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio e coordenadora do programa de pós-graduação em Arquitetura da mesma universidade. Curadora adjunta da X Bienal de Arquitetura de São Paulo.

Penetravel Genet
Foto Celso Sim

 

comments

074.06 x bienal
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

074

074.01 homenagem

Marshall Berman em Brasília

José Galbinski

074.02 cidade

Deleite em um ambiente hostil

Victor Próspero

074.03 crítica

¿Es hora de cambiar la mentalidad? ¡No creéis!

Escrito a Salto de Mata

Humberto González Ortiz

074.04 representação

O papel da composição bidimensional no processo da criação do espaço tridimensional

Maria Cristina de Barros Rossi and Carlos Egídio Alonso

074.05 exposição

Marcelo Cipis

Rostos a procura de um rosto

Tobi Maier

074.07 x bienal

Notas sobre a X Bienal de Arquitetura

João Masao Kamita

074.08 x bienal

Reivindicando la Ciudad: de las calles de São Paulo a la Bienal

Joel Bages Sanabra

074.09 x bienal

X Bienal de Arquitetura de São Paulo

Quando o meio é a mensagem

Renato Anelli

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided