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interview ISSN 2175-6708

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O arquiteto c Abílio Guerra conta nesta entrevista sua trajetória e como se tornou editor do Portal Vitruvius, atualmente o principal veículo virtual de divulgação arquitetônica do Brasil

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ARQTEXTOS, Revista. Abilio Guerra. Entrevista, São Paulo, ano 07, n. 025.04, Vitruvius, jan. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/07.025/3305>.


Sala Especial Artificial/Natural, Baudizzone, Lestard e Varas, 4ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, Pavilhão da Bienal no Ibirapuera, 1999/2000. Organização da exposição de Abilio Guerra
Foto Nelson Kon

Arqtextos: Hoje o Sr. é nacionalmente conhecido como editor do Portal Vitruvius, principal veículo virtual de divulgação arquitetônica do Brasil. Como surgiu a idéia do portal? Como funciona? Quem faz parte da equipe? Qual o esquema de trabalho? Como é feita a seleção do material enviado? Qual o número médio de leitores? Qual a aceitação? Como o portal se mantém?

Abílio Guerra: Certamente o Portal Vitruvius nasceu da revista Óculum, mas não de forma direta. Conforme os números da Óculum foram surgindo, o número de colaboradores foi se ampliando, em especial os de outros países – brasileiros radicados no exterior ou mesmo estrangeiros. Leitor assíduo de jornais desde a infância, eu sempre achei que o momento áureo da imprensa brasileira foi o período aonde o jornal Folha de S. Paulo contava com quase uma dezena de correspondentes no exterior. Lembro-me até hoje de Pedro del Picchia em Madri, Gerardo de Mello Mourão em Pequim, Clóvis Rossi em Buenos Aires, Paulo Francis em Nova York... O que considerava mais fascinante era o fato deles estarem lá, com os pés fincados onde as coisas estavam acontecendo! Não se tratava de uma reportagem pretensamente imparcial, mas de uma visão assumidamente subjetiva e opinativa. Um juízo de valor expresso com toda a responsabilidade que tal atitude acarreta.

Fui então colecionando colaboradores mundo afora que, dentro de suas possibilidades e interesses, mantinham um diálogo subterrâneo comigo, me deixando informado sobre as questões mais candentes e sobre os temas emergentes. Algumas dessas pessoas tornaram-se minhas amigas e são até hoje colaboradores de diversas atividades que realizado, caso de Paul Meurs, Vittorio Corinaldi, Olívia Fernandes de Oliveira, Pedro Moreira, Eduardo Aquino e Ramón Gutiérrez. Essa experiência formidável foi, na prática, uma série de vacinas que recebi, me imunizando aos poucos do gosto pela novidade espetaculosa, da arquitetura da moda, do discurso vazio e pretensioso. Também me abriu a cabeça para as diferenças de pensamentos, ideologias e encaminhamentos estéticos, expressão formidável de nossa época. Entendo que tais circunstâncias foram fundamentais para me preparar intelectualmente para o que viria a fazer à frente de Vitruvius: compromisso com a profissão, visão democrática do fenômeno cultural, aposta na colaboração e no trabalho coletivo.

Uma adversidade também acabou sendo determinante para a ampliação de minha experiência editorial. A cada novo número da Óculum conseguíamos melhorias significativas na parte gráfica, mas com o conseqüente e indesejável aumento dos custos de produção, que tornavam cada vez mais difícil a viabilização do seguinte. A periodicidade nunca era respeitada, o que criava alguns vazios na comunicação com o público. Foi quando recebi uma sugestão de um dos correspondentes no exterior – Marcos Tognon, naquela ocasião em Pisa – para utilizar o corpo de colaboradores para produzir um informativo mais ágil. Eu adorei a dica e passei imediatamente para a conceituação. Como dirigia na ocasião o Centro de Documentação da escola, conhecia diversos informativos de várias partes do mundo. O que formatei não se parecia com nenhum deles, mas tinha qualidades pontuais que identificava em vários deles. Nascia assim o Boletim Óculum! Apostei em pequenos artigos de tamanhos fixos de uma ou duas colunas que eram assinados pelos correspondentes ou colaboradores eventuais. Ciente do enorme benefício dos contatos de bastidores, publicava o endereço eletrônico junto ao nome do articulista. A primeira página era sempre dedicada às atividades da FAU PUC-Campinas, na época muito atuante. O Boletim Óculum, com uma tiragem superior a 2000 exemplares, circulava por todo o Brasil e tornou-se um sucesso imediato e surpreendente, com o surgimento de um sem número de contatos que geraram amizades, eventos e trabalhos durante os anos de existência do informativo, de 1996 a 2000.

Eu já tinha conhecimentos sólidos da produção editorial por meios digitais, afinal a revista Óculum era integralmente produzida assim. Com o Boletim Óculum comecei a me dar conta dos benefícios formidáveis da comunicação via rede mundial: agilidade, rapidez e baixíssimo custo. Experimentalmente, criei uma versão web do Boletim Óculum, com a ajuda de um aluno, o hoje arquiteto Daniel Carnelossi. Foi o último passo necessário para a minha formação como editor potencial de um Portal de Arquitetura: o conhecimento técnico do universo virtual www. O passo seguinte foi o mais doloroso, pois ele precisava ser dado sem o apoio institucional da PUC-Campinas. Durante os longos meses de amadurecimento da idéia concebida por mim e Silvana Romano, não houve um único momento onde não estivesse presente a dúvida sobre nossa capacidade de levar a cabo o projeto.

O Portal Vitruvius foi concebido como se fosse uma constelação de editorias, as mais importantes com caráter próprio, cada uma delas com tipo específico de aporte sobre os temas de nosso interesse. O nome do portal, de uma obviedade atroz, foi tão difícil de nos ocorrer que acabou atrasando a entrada da página no ar. A primeira editoria foi a revista Arquitextos, dedicada a artigos mais conceituais e acadêmicos, que aparecia solitária durante os meses iniciais e é até hoje nosso carro-chefe. Depois vieram Minha Cidade, Entre/Vista, Institucional, Resenhas on-line, Drops e as diversas seções informativas – Noticiário, Eventos, Concursos, etc. O surgimento da revista Arquitetura.Crítica, sob a responsabilidade de Ana Luiza Nobre e Haifa Sabbag, abriu as portas para editorias independentes, possibilidade que está congelada até o surgimento de uma situação financeira melhor. Vitruvius funciona até hoje sem publicidade, apoio ou patrocínio, sendo seu funcionamento bancado pela livraria virtual, única fonte de recursos. A equipe de produção de Vitruvius é superenxuta – eu, Silvana Romano e Cláudia Reis –, cabendo a mim a responsabilidade de seleção do material que vai ao ar. O Portal conta com até 5000 visitantes por dia, dispersos em mais de 70 países. Temos presença significativa em alguns países latinos, como é o caso da Espanha, Portugal e Argentina. O retorno que temos do nosso trabalho é o melhor possível, com milhares de manifestações da importância de nosso veículo para o meio arquitetônico brasileiro, o que torna ainda maior nossa responsabilidade.

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