Adalberto Retto: Pode se dizer que Koolhass e Tafuri são dois personagens trabalhados em primeira pessoa pelo senhor. O senhor curou a tradução de Delirious New York na Itália e no capítulo do livro sobre Tafuri, Giochi, Scherzi e Balli, o senhor põe em confronto os dois personagens. Delirious New York é uma porta que se abre para um futuro diferente daquele linguaggio da battaglia de que Tafuri decreta o fim no ensaio para o livro dos Five architects?
Marco Biraghi: Dei-me conta perfeitamente que a associação dos nomes de Tafuri e Koolhass pode resultar indevido e forçado. Se tentei este perigoso exercício foi porque estou convencido que a história volta antes de tudo – como o mesmo Tafuri aspirava e praticava – a ser construtiva e não simplesmente re-construtiva. A história deve construir cenários críticos, não somente refleti-los. Isto não seria possível, todavia se não houvessem os “fundamentos” sobre as quais os edificar. No meu ponto de vista, parece que a figura de Koolhass constitua de qualquer modo a imagem especular daquela de Tafuri: têm muito em comum, mesmo se no avesso um com relação ao outro. Antes de tudo a valorização da crise. O projeto de crise de Tafuri fica assim como a exploração da crise de Koolhass. Mas isto não seria possível senão a partir de uma sensibilidade comum, de uma compreensão comum do que é essencial na contemporaneidade. No meu livro me servi das categorias de moderno e pós-moderno, entendidas de um ponto de vista cultural, não estilístico ou cronológica.
Parece essencial pôr em confronto estes dois pontos de vista diferentes, justamente para lhes poder compreender melhor na sua relativização. Com Koolhass se reabrem todas (ou quase) as instâncias que Tafuri mantinha fechadas. O problema é que quem encontra em Koolhass uma das poucas referências intelectuais vitais do panorama arquitetônico atual, ignora totalmente, na grande parte dos casos, que aquelas questões, aquela “criticidade”, aquela sensibilidade para a crise, provém, diretamente ou indiretamente, de Tafuri.