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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Nessa entrevista, Nelson Kon registra suas histórias e impressões, em um processo que o permite reconhecer a origem de seu trabalho, assim contribuindo para a melhor compreensão do papel da fotografia na estruturação da arquitetura

how to quote

COSTA, Eduardo Augusto; GOUVEIA, Sonia Maria Milani. Entrevista Nelson Kon. Uma Fotografia de Arquitetura Brasileira . Entrevista, São Paulo, ano 11, n. 043.02, Vitruvius, ago. 2010 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/11.043/3482>.


Arte/cidade 2 – A cidade e seus fluxos. Ensaio fotográfico sobre São Paulo
Foto Nelson Kon

Eduardo Costa: Além do (Yukio) Futagawa, você citaria algum fotógrafo cujo trabalho você viu naquela época e influenciou-o?

Nelson Kon: Naquela época, eram os fotógrafos de rua. Robert Frank, (Henri) Cartier-Bresson, e eu gostava muito do Brassai, que era húngaro e morou em Paris.

Sonia Gouveia: E você identifica alguma coisa desses fotógrafos no seu trabalho?

NK: Deve ter, mas há o seguinte: o meu trabalho é comercial, é um trabalho no qual tenho um cliente e atendo a uma solicitação. Não vejo como um trabalho pessoal, autoral. Muita gente no mercado quer transformar seu trabalho comercial em trabalho autoral. Parece que só isso pode legitimar o que se faz. Não penso assim e não é o caso do (Hans Günter) Flieg, por exemplo: ele sempre assumiu ser um fotógrafo comercial. Essa aura artística que surgiu no trabalho dele, hoje em dia, é mais pelo objeto fotografado, pela excelência dele e pela antigüidade. Tenho alguns trabalhos mais autorais, de quando fiz, por exemplo, o Projeto Arte/Cidade (4) mas, ainda assim, havia o cliente. Por alguma razão, é pecado você não ser um fotógrafo autoral. Isso durante muito tempo me incomodou – hoje não. Sou um fotógrafo comercial. Não tenho talento para ser um fotógrafo autoral, mas acho até que faço bem o que faço.

Eric de Maré, fotógrafo e autor de um livro (5) já antigo sobre Fotografia de Arquitetura que conheci na biblioteca da FAU, divide aquela em três categorias: documental, ilustrativa e autoral. A fotografia documental, que predomina no século 19, segue de perto a linguagem do desenho arquitetônico (vista frontal, vista oblíqua) e tenta ser neutra e precisa. A fotografia ilustrativa vai além e procura interpretar e comentar a arquitetura. Constrói uma narrativa sobre o edifício. A fotografia autoral tem a arquitetura como objeto, mas ela é puro pretexto para que o fotógrafo possa se expressar. Quando dou aulas, até uso essas categorias, mas considero um tanto simplista. Não lembro se de Maré faz as ressalvas necessárias. Didaticamente, são categorias interessantes como ponto de partida. Na verdade, não existe o trabalho documental, o trabalho ilustrativo, o trabalho autoral tão estanques. As categorias se entrelaçam e confundem-se – estão sempre presentes em qualquer fotografia.

SG: Então você não acredita na distinção dessas três posturas?

NK: Isso é só um artifício didático interessante. Usar essas três categorias é uma forma eficiente de abordar o assunto. Elas são artificiais, mas funcionam para tornar a conversa mais clara.

notas

4
Projeto Arte/Cidade, coordenado por Nelson Brissac, efetuava intervenções com propósitos artísticos na cidade de São Paulo. Nelson Kon participou das três edições, registrando cenas da cidade e as intervenções artísticas: “Cidade sem janelas” (1994), “A cidade e seus fluxos” (1995) e “A cidade e suas histórias” (1998).

5
DE MARE, Eric Samuel. Photography and Architecture. New York, Praeger, 1961.

Instalação de Carmela Gross, Arte/cidade 1 – A cidade sem janelas, Matadouro Municipal, São Paulo, 1994
Foto Nelson Kon


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