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PORTAL VITRUVIUS. Museu da Tolerância na USP - São Paulo. Projetos, São Paulo, ano 05, n. 060.01, Vitruvius, dez. 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/05.060/2567>.


A intenção de conciliar duas escalas aparentemente contraditórias norteou o partido adotado – as escalas que expressam e objetivam a consciência do indivíduo como ser coletivo e como pessoa – o subjetivo e o objetivo.

Tal intento determinou tanto a setorização como as diferenças de tratamento entre o exterior e o interior. Por isso as atividades cuja natureza motiva a convivência coletiva: restaurante, café, loja e salas de aula localizaram-se no térreo, em franca continuidade com o território público do Campus Universitário. As atividades cuja fruição é de natureza particular e subjetiva localizaram-se nos pavimentos abaixo e acima do térreo: salas de exposições permanente e temporária, nos pavimentos superiores, biblioteca, cinema e auditório no subsolo. Nesses o espaço é de natureza dedálea, de apropriação particular, onde o indivíduo, sem constrangimentos, elege deliberadamente seus percursos. A percepção é diacrônica, nunca se anuncia de uma só vez, preservando os mistérios; daí o acesso ao museu, foco do projeto, dar-se através de uma rampa enclausurada, um túnel; as exposições se anunciam sem hierarquia ou percurso pré-determinado – um labirinto. Aí, como se diz, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar – ao gosto das “promenades architecturales” de Le Corbusier. Por isso a opção por não encerrar os temas em salas autônomas.

À intenção do espaço labiríntico, é acrescida a idéia de recantos de desafogo e meditação dentro do espaço de exposições permanentes. Para tanto foram criados rasgos nas fachadas e uma varanda, a fim de deixar a luz entrar e fazer com que o sujeito possa se referenciar ao exterior em seus instantes de meditação e reflexão acerca do conteúdo ora colocado à sua frente. Assume-se então a condição de inteireza e integridade do ser humano que só se reconhece por completo na interface entre o sujeito e o mundo exterior. É a afirmação da necessidade de não somente se confinar a si mesmo, de enxergar além, o mundo material e real, o outro, a sociedade.

As áreas destinadas à administração ocuparam o pavimento superior, pela convicção de que o trabalho prolongado deverá sempre se desenvolver em ambientes privilegiados, onde os funcionários poderão desfrutar da vista panorâmica que o andar elevado propicia. Além de usufruir de um terraço propício a eventos e encontros com o público.

Externamente, o tratamento plástico é distinto. Um volume que se expressa como entidade unitária, de percepção imediata, faz face aos espaços amplos do entorno, donde as visadas são distanciadas.

O caráter institucional será enfatizado pelo tratamento da fachada voltada para a rua. Sugerido pelas possibilidades técnicas do concreto, um painel alusivo ao conteúdo do museu explora, em baixo-relevo, os recursos expressivos das formas tipográficas; uma pesquisa posterior concluirá pela natureza da mensagem mais adequada e da escolha do artista que a executará. Resgata-se assim uma prática muito cara à história da arquitetura institucional, que buscava ser perene: fazer as paredes falarem, imprimir seu caráter nela mesma, de modo a se comunicar sensivelmente com o sujeito que a perceberá.

Tal atitude conceitual ganha força na intenção clara e afirmada de se fazer uma arquitetura que se propõe como um discurso anti-efemeridade, que entende que o tema da intolerância tem uma permanência ligada à história do ser humano e que, portanto, só se fará obsoleta quando da resolução completa dos conflitos propostos como estudos pelo Laboratório de Estudos da Intolerância e tantos outros não mencionados. É a vontade de expressar a luta constante e diária pela consciência do princípio de alteridade, da necessidade da memória no árduo caminho da elevação da compreensão humana.

Por último, mas não menos importante, queríamos uma arquitetura que se inserisse no campus legitimada pela sua filiação: o lastro acumulado pelos arquitetos que com seu trabalho marcaram o caráter de nossa arquitetura, e que a FAU-USP de Artigas tão bem sintetiza.

ficha técnica

Autor
Thiago Teixeira de Andrade

Co-autores
Matheus Gorovitz, Paulo Tannenbaum, Rafael Innecco, Stepan Krawctschuk

nota

1
As três rampas possuem caráter propositadamente diferenciados conforme a espacialidade à qual elas direcionam o sujeito. A rampa que leva ao “foyer” do acesso às exposições é generosa e cresce conforme a subida; a que leva à biblioteca, cinema e auditório, caracteriza-se pelo mistério e pela necessidade de descoberta, insinuados pela forma que diminui sua dimensão e vira curva rumo a um espaço menos iluminado; por fim, a rampa que leva às exposições é enclausurada e busca ser a transição à necessária introspecção do visitante

2
O vazio das exposições temporárias é integrado ao último pavimento onde se situam as funções administrativas. Deixa entrar luz natural, dinamiza e intriga a circulação diária dos trabalhadores. É sugerido um sistema de painéis pivotantes no teto que desceriam até o piso a fim de vedar a iluminação natural quando a exposição assim requerer

3
Ao contrário do espaço de exposições permanentes, este das temporárias deverá permitir maior flexibilidade de arranjos e espacialidades. Entretanto, alguns elementos fixos como escadas e certas paredes corroboram a possibilidade de um continuam com a exposição permanente, e por isso elas estão ligadas por rampa. Conta com pés-direitos variados, mas sempre altos, como exigia o programa: 4,5m; 5,5m e 8m no vazio

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Equipe premiada
São Paulo SP Brasil

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original: português

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IAB-SP
São Paulo SP Brasil

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