Conceito
Queríamos um projeto dramaticamente vaporoso, uma emoção que nos espante e que nos leve a reflexão pelos espaços inesperados, onde um percurso laborioso e dramático nos fará submergir em sensações desconhecidas, para a absorção dos temas abordados.
Por essas razões criamos o espaço de exposição permanente, com uma galeria única, continua e em ascensão, saindo do solo, onde uma praça pública faz a interface entre a galeria, a cidade e os outros espaços do museu, que se encontram enterrados, como em uma clausura, favorável à reflexão e à pesquisa.
Organização do Museu
O Museu está organizado em duas partes: o espaço de superfície (a esplanada e o espaço de exposição permanente) e os espaços enterrados (restante do Museu).
O acesso se faz pela esplanada, onde o visitante é convidado a descer até a recepção, por uma escada monumental ou por elevadores.
A visita começa por uma ascensão através de 10 espaços temáticos, do nível -3,00m até um mirante no nível +10,00m.
A subida se faz por uma galeria com revestimento metálico, que é padronizado de forma triangular (de 2,5m de lado), revestindo tanto as paredes quanto o piso e o teto. Alguns desses elementos metálicos são pivotantes (a galeria fica vedada com vidro), deixando passar a luz, segundo o nível de opressão dentro do espaço de exposição tematizado.
A descoberta dos temas e das problemáticas do Museu da Tolerância, na exposição permanente se faz dentro de espaços obscuros e resistentes, até a chegada de uma visão clara e apurada da realidade (mirante e espaço de reflexão e repouso).
A visita no espaço de exposição permanente termina por uma descida a céu aberto, em direção ao coração do Museu e dos espaços de trabalho e pesquisa.
O mesmo jogo de aberturas dos elementos metálicos em forma de triângulo (desta vez em concreto) é também usado na superfície da praça para iluminar o espaço central enterrado, favorecendo o trabalho, a contemplação e a reflexão. Esses mesmos elementos são desta vez fixos em planos inclinados, onde os visitantes da praça podem usá-los como encosto.
Trabalhamos com algumas idéias catalisadoras:
- Criar um Sistema construtivo padronizado, simples, mas de grande potencial plástico, que pode expressar com muita força as problemáticas tratadas no Museu; dentro do orçamento passado.
- Enterrar o Museu a fim de diminuir o impacto ambiental, e conservar uma massa construtiva baixa na Cidade Universitária.
- Criar um espaço urbano (esplanada) que tem a capacidade de tolerância e de favorecer uma sociabilidade urbana alternativa.
ficha técnica
Autora
Triptyque Arquitetura / Arquiteta Ana Carolina Stecca
Equipe
Greg Bousquet
Carolina Bueno
Guillaume Sibaud
Olivier Raffaelli