O partido adotado determina a criação de um espaço metropolitano em consonância com o contexto urbanístico da cidade como condição principal para projeto do novo equipamento. O plano de ação para a implantação da nova sede da CNM partiu de alguns pressupostos fundamentais: - formulação de um modelo de ocupação do solo com ênfase na integração dos usuários com a paisagem construída;
- estruturação/hierarquização do térreo deve reforçar sua vocação como principal local de convergência
- escolha de um sistema construtivo claro e racional garantindo rapidez e economia na execução;
- adoção de estratégias que permitam o bom desempenho ambiental do edifício.
O eixo de evolução do projeto se materializa em sua extensão máxima na forma de um prisma metálico branco que flutua delicadamente sobre o embasamento de concreto. O posicionamento da lâmina busca transferir para dentro do corpo construído as visuais para a paisagem, incorporando a presença do entorno ao seu uso cotidiano. A disposição dos elementos construídos é uma resposta direta à distribuição do programa no lote: - a base, abriga todas as funções coletivas, espaços destinados a acolher o público externo (salão nobre, foyer, salas de apoio) assim como espaços de estar(café);
- na lâmina metálica encontram-se as áreas de trabalho administrativo, salas de reunião e corpo diretivo;
- na cobertura, salas de reunião;
- por fim, no subsolo, garagens (2º e 3º) e um anexo destinado ao restaurante e áreas técnicas (1º subsolo).
O desenho do chão foi o fio condutor da proposta. Criou-se uma praça, levemente rebaixada em relação a cota média do terreno, que se desdobra em dois níveis resultando em uma nova topografia para o lote. Na cota 1042.70 o espelho d’água orienta o percurso do pedestre rumo a recepção configurando o acesso as áreas administrativas, Na cota inferior, inscrita na volumetria da base, encontra-se a praça cívica por onde é possível acessar o complexo do auditório. Uma escadaria conecta os dois planos permitindo a realização de eventos de forma autônoma, sem prejudicar a rotina de trabalho administrativo.
A concepção do projeto paisagístico buscou primordialmente aplicar conceitos de conservação de biodiversidade vegetal a criação de ilhas naturais em pleno meio antrópico, neste caso disposto em forma de um fragmento florestal linear. Buscou-se criar sinergia entre as plantas introduzidas e o edifício, assim criando conectividade entre a construção e o meio ambiente. O sombreamento no térreo proporcionado pelas copas das árvores ameniza a temperatura trazendo conforto para o pedestre e proteção para a área de estacionamento.O térreo resultante assume uma dupla vocação: é ao mesmo tempo suporte para a implantação do novo conjunto e a interface com o solo da cidade.
O sistema construtivo adotado buscou conciliar necessidades de redução de custos, rapidez de execução e flexibilidade máxima para os planos de trabalho. Para tanto toda a estrutura, forros e elementos de vedação foram rigorosamente modulados a partir de múltiplos de 1,25m. O embasamento de concreto obedece criteriosa disposição de pilares potencializando a disposição de vagas de estacionamento e dos demais espaços internos. A estrutura periférica da caixa metálica elimina completamente a interferência de pilares dos planos de trabalho permitindo futuras atualizações de layout prolongando assim a vida útil da edificação. As redes de infraestrutura e lógica distribuem-se por forros, pisos e shafts. Uma prumada central de elevadores e escadas faz a integração vertical do edifício dividindo os planos de trabalho em dois grandes planos livres.
A instituição exige um edifício exemplar no que diz respeito a gestão dos recursos naturais. Nesse sentido, a estratégia de gestão ambiental foi pensada de forma a oferecer respostas abrangendo as principais esferas da sustentabilidade.
Na esfera ambiental: -aumento do desempenho térmico da edificação reduzindo o ganho de calor através do uso de lâminas de água nas coberturas e de cores com alto coeficiente de reflexão
- uso de brise protegendo os planos de trabalho de incidência direta raios solares
- camada de ar ventilada nas fachadas
- ventilação cruzada em todos os ambientes permitindo a redução do uso de ar condicionado
- águas pluviais captadas pelos espelhos d’agua, direcionada para cisternas de armazenamento e reutilizadas posteriormente na irrigação e em vazos sanitários;
- amplo uso de iluminação natural indireta;
- no paisagismo a escolha das espécies arbóreas nativas do cerrado, bioma onde está inserido o projeto.
Na espera social: - acessibilidade universal;
- atendimento às necessidades básicas de ergonomia;
- espaços integradores viabilizando inter relações entre usuários e visitantes.
Na esfera econômica: - modulação e uso de componentes industrializados racionalizando a obra e reduzindo o desperdício de materiais;
- escolha de materiais de acordo com seu ciclo de vida e facilidade de manutenção.
ficha técnica
Data do projeto
2010
Concurso nacional de projetos
1º lugar
Arquitetura
Luís Eduardo Loiola e Maria Cristina Motta
Colaboradores
Ana Carolina Sumares, Luís Felipe da Conceição, Marcelo Ribas
Estrutura
Kurkdjian e Fruchtengarten Engenheiros Associados
Fundações
Mag Solos Engenheiros Associados
Instalações prediais
MHA Engenharia Ltda
Luminotécnica
Lux projetos
Caixilhos
Dinafex
Paisagismo
Acatu