“Brasília, Capital aérea e rodoviária; cidade parque. Sonho arqui-secular do Patriarca”
Lucio Costa
O partido do projeto dialoga com as premissas da concepção urbanística da Cidade, estas são a causa de todo o planejamento regional existente nos tempos de hoje. A implantação respeita a unidade do traçado urbano e ao mesmo tempo apresenta um objeto autônomo na composição do conjunto, esta nova construção busca criar espaços adequados a escala do homem. A estratégia é de fácil apreensão, pensada com simplicidade e clareza, visa o monumental e ao mesmo tempo ser cômoda, com arcabouço bem definido é de fácil execução. O projeto se configura a partir de duas barras de serviço paralelas que se cruzam no infinito e delimitam a URBS, cruzamento entre espaço publico do chão com o privado aéreo.
A integração do território – a praça e o auditório
O vazio central decorrente do gesto primordial de locar dois muros paralelos, dois planos verticais que abrem o espaço interno para dois lados. Estes elementos delimitadores proporcionam o pátio central que permitirá a micro urbanidade desejada para a sede da Confederação Nacional dos Municípios. Neste espaço centrípeto temos duas funções bem definidas, a primeira acontecerá nas praças distribuídas em níveis, espaço de organização da urbanidade na escala do edifício, e a segunda, função principal, o auditório, local onde ocorrerá o encontro dos lideres de cada distrito que compõe o todo do território do país, fórum político em que os vários lugares, com suas contradições inerentes ao Brasil, poderão ajustar as filosofias e ações para transformar o espaço físico nacional no sentido desejado pelo homem, atmosfera de todos os cidadãos.
A construção da paisagem – organismo plasticamente autônomo
Entre os jardins de Brasília e os vários setores, respeitando os afastamentos e gabaritos determinados, o edifício se apresenta com personalidade diante a paisagem do cerrado brasileiro. Os volumes funcionais que recebem a circulação, os sanitários e áreas de apoio, organizam a disposição de três barras uniformes que se acentuam sobre estes muros de serviço e dão ritmo a vastidão, os prismas superiores são envoltos com quebra-sóis verticais que proporcionam conforto, economia de insumos e, ao mesmo tempo, reforçam o contraste entre a paisagem (horizonte e céu) e o objeto projetado.
Circulação e estrutura
A entrada esta voltada para a rua de acesso, a lógica rodoviária da cidade adentra o pórtico e conflui o pedestre e o automóvel para o mesmo ponto, a circulação interna ocorre pelos eixos paralelos que conformam o vazio central, rampas se estendem sobre os planos e dão continuidade aos fluxos, a todo o momento surgem perspectivas e lugares que permitem desfrutar do todo, percursos ricos em acontecimentos se tornarão local de encontro dos freqüentadores. A mesma lógica esta presente na estrutura do edifício, os eixos de serviço organizam dois sentidos de progressão da construção, após a consolidação nos planos verticais de contenção a obra poderá abrir duas frentes de trabalho, sendo a primeira ligada ao solo e a segunda ligada ao espaço aéreo, planos que vencem o vão central e liberam o chão para o publico. A tecnologia do concreto armado irá ditar as soluções construtivas mais adequadas para atender o prazo determinado para a construção.
ficha técnica
Responsável
Gabriel Grinspum
Autores
Gabriel Grinspum, Pedro Sousa, Barbara Silva
Pessoa jurídica
Traço Mínimo Arquitetura – TMA
Colaboradores
Madalena Madureira, Tiago Coelho, Tiago Ferreira