A intervenção subterrânea coberta por vegetação, e sem elementos verticais, está integrada à paisagem do eixo rodoviário e da escala bucólica das quadras residenciais. A abertura do espaço dos acessos marca a entrada das passagens subterrâneas.
O acesso às passagens tem como principio a continuidade visual, adquirida não apenas com a linearidade, mas com a proposição de praças abertas no nível subterrâneo, que funcionam como espaço intermediário entre o nível superior e inferior, ou um “hall” de entrada que conectam o túnel com as rampas e escadas de acesso.
As praças de acesso amplas e iluminadas convidam o transeunte ao uso da passagem, uma vez que a continuidade visual confere um passeio seguro que permite a leitura de todos os elementos do entorno, sem ambientes surpresas ou pontos cegos. Ainda, essas praças dotadas de vegetação, mobiliário urbano, bancos e fonte de água instigam a transformação de um mero local de passagem em um lugar de permanência.
A passagem subterrânea tem um papel primordial na continuidade e integração do sistema cicloviário projetado para o Plano Piloto. A ciclovia subterrânea foi projetada de forma a evitar pontos de conflito com pedestres e a garantir boa visibilidade dos extremos.
Para a proposta Tipo 3, indicamos a situação ideal de implantação de túnel com dimensão adequada para passagem de pedestres e ciclistas. Para permitir a implantação do túnel proposto, desenvolvemos um sistema pré-moldado de elementos de concreto. Tal sistema permite um planejamento preciso da obra e rápida instalação.
A proposta trabalha com elementos pré-moldados que sempre possuem a mesma seção, podendo ser manufaturados próximos ao local, usando um único molde. Nos acessos da passagem subterrânea, os elementos pré-moldados não tem toda sua seção preenchida com concreto, gerando uma forma aerodinâmica aberta, que possibilita a integração com rampas e escadas, ao mesmo tempo em que unificam as praças propostas nas passagens com o declive do entorno.
O desenho dos elementos pré-moldados prevê passagem da infraestrutura de instalações de eletricidade, água e drenagem, que podem ser acessadas para manutenção nos pontos destinados à instalação de iluminação embutida. Além disso, a forma curva evita o acúmulo de sujeira e remete às formas da capital. Por ocasião da transformação da passagem Tipo 2 em passagem Tipo 3, o estacionamento subterrâneo linear pode ser construído sob os elementos pré-fabricados com a colocação de colunas sob as extremidades que permitam a escavação.
A qualificação das passagens não apenas integra espacialmente lados hoje segregados, mas confere segurança e conforto para um local que hoje se destina apenas ao transito rápido de passagem. O estímulo do andar e pedalar confere urbanidade, permitindo maior apropriação das facilidades e qualidades da cidade e do parque que são o Plano Piloto.
ficha técnica
Local
Brasília DF
Data
2012
Autor do projeto
Camila de Carvalho Pires Lammers
Colaboradores
Hans Lammers
Marco Lammers