Ata Final de Julgamento
Aos treze dias do mês de outubro do ano de 2005, às 9h30min, em Natal/RN, após a montagem da exposição dos trabalhos a serem apreciados, a comissão julgadora composta pelos arquitetos Gian Carlo Gasperini, que foi escolhido presidente pelos demais, Francisco Spadoni, Gustavo de Araujo Penna, Héctor Vigliecca Ganni, Nelson Dupré, Sergio Wiclife Borges de Paiva e Sylvio de Podestá iniciou o julgamento do Concurso Público Nacional de Arquitetura – Teatro de Natal. Do total de 87 (oitenta e sete) trabalhos recebidos pela coordenação do concurso, 11 (onze) não foram apreciados, em razão do recebimento ter ocorrido após o prazo previsto, ou seja, 20h do dia 11 de outubro, permanecendo 76 (setenta e seis) trabalhos.
Desta primeira análise, foram selecionados 32 (trinta e dois) trabalhos, em seguida reduzidos a 29 (vinte e nove), codificados como H23IBR, FKCO5G, EIPNMK, E8H7EW, GKU2ZE, 4R8P47, 3PWXG5, DTT7I8, 155UIN, 2OGMZM, PUU9LI, 0ZOV80, 05DRMM, XZ9QHF, W44S74, PTENMG, RAYEP3, XHWX4D, RC22QH, SITMV6, SCL6OT, T5L7D1, KTW52C, 0SFWF7, JZZTX9, 0NSJPO, 09RHAP, 5PHJF7 e 9CHEXY. Neste momento, o Júri sugere a retirada dos trabalhos não selecionados nessa primeira análise e remontagem da exposição apenas com os projetos inicialmente escolhidos.
Às 9h30min do dia 14 de outubro de 2005 são reiniciados os trabalhos, com uma segunda seleção, ainda individual, onde foram escolhidos 16 (dezesseis trabalhos) do grupo inicialmente selecionado em primeira instância, classificados com os seguintes códigos: GKU2ZE, 4R8P47, 3PWXG5, DTT7I8, 2OGMZM, PUU9LI, XZ9QHF, W44S74, PTENMG, XHWX4D, RC22QH, SITMV6, 0NSJPO, 09RHAP, 5PHJF7 e 9CHEXY. O grupo de 16 (dezesseis) projetos reduziu-se a 09 (nove) projetos baseado na soma de seus votos nomeados com os códigos GKU2ZE, 4R8P47, 3PWXG5, DTT7I8, PTENMG, XHWX4D, RC22QH, 5PHJF7 e 9CHEXY.
Sobre esse grupo final de projetos, passou-se a uma análise seletiva com denominações individuais de classificação onde se chegou a 03 (três) trabalhos a serem premiados, foram eles os de código 3PWXG5, PTENMG e RC22QH. Estes passaram a ser exaustivamente analisados pelo Júri para que pudessem ser classificados como primeiro, segundo e terceiro prêmios, chegando-se ao seguinte resultado final, através de decisão por maioria: terceiro prêmio para o trabalho RC22QH, segundo prêmio para o trabalho PTENMG e o primeiro prêmio para o trabalho 3PWXG5. Foram concedidas menções honrosas para os seguintes trabalhos: GKU2ZE, 4R8P47, DTT7I8, XHWX4D, 5PHJF7 e 9CHEXY.
- PARECER DO JÚRI – a) O Complexo Teatro de Natal, com seu corpo de salas de audição e atividades culturais, vem amparar e complementar os esforços do Governo do Estado na decisão de transformar esta rica e lírica capital em um expressivo pólo cultural do país, complementando sua vocação já tradicional de centro turístico. b) Um projeto para este novo complexo, na concepção do corpo de jurados, deveria adotar como premissas o atendimento à função primordial de se transformar num espaço referencial, seja pela arquitetura qualificada, seja pela compreensão das relações que este novo equipamento estabelecerá com a cidade. c) A área a ser implantado o projeto, ao definir-se por uma localização impar, abrindo-se a três vias, deveria também atuar como definidora da solução vitoriosa, devendo ser entendida como sua extensão, ou de outra forma, como um novo grande espaço público, defronte a um de seus principais equipamentos, espécie de átrio urbano palco das ricas manifestações populares que caracterizam o povo potiguar. d) Entre os projetos apresentados, muitos foram os que entenderam esta questão e, entre os trabalhos laureados, destacamos aqueles que souberam melhor interpretá-la. e) As questões próprias da arquitetura, entendidas como a compreensão do programa; resolução técnica dos espaços cênicos, definição das tecnologias construtivas e caráter expressivo foram em paralelo, determinantes para a escolha dos trabalhos.
Observações da comissão julgadora sobre os trabalhos vencedores. Primeiro lugar - O trabalho escolhido em 1º. Lugar, de código 3PWXG5, foi o que conseguiu, na concepção da maioria do júri, resolver de forma mais sintética a relação entre o edifício e seu entorno imediato, solucionando o complexo programa dos seus auditórios num volume único que lhe possibilitou liberar para a confluência das três ruas uma grande área livre, como uma possibilidade de praça ainda apenas esboçada na proposta. Opera também numa escala moderada frente a um entorno que começa a se verticalizar ao redor, priorizando o desenvolvimento de uma linha horizontal conectando as duas vias nas extremidades e fornecendo para a nova praça proposta a grande fachada de um edifício institucional. Tecnicamente organiza o programa com clareza em três faixas bem definidas, tendo o corpo de auditórios ao centro, uma faixa de infra-estrutura aos fundos, servida por uma rua projetada a este fim e um hall linear na fronteira com a praça. Finalmente, apesar de sua solução formal simples, apresenta-se com um edifício expressivo, com possibilidade de se transformar numa arquitetura referencial para a cidade. O júri, no entanto, no dentro de suas atribuições sugere aos autores e aos organizadores que sejam observadas as seguintes questões ao trabalho: 1. Numa cidade com a condição climática de Natal, com insolação abundante e ventos constantes - o que lhe confere um caráter incomum de se explorar grandes áreas sombreadas – entende-se que o vazio frontal proposto ao edifício como uma praça seja repensado para suportar grandes eventos, de modo amigável à essas condições. O recorte apenas proposto não estabelece uma adequada relação com as vias circundantes e não sugere um espaço de estar ao ar livre convidativo e necessário a um equipamento do porte. A comissão julgadora ainda a manutenção do corpo arbóreo existente na área. 2. O ganhador deverá fazer-se acompanhar de consultoria especializada em teatros e espaços cênicos, revendo as soluções propostas para os urdimentos, acessos de cenários etc, conforme normas. 3. Observa-se também uma necessidade de revisão nos espaços de acesso aos auditórios, sobretudo o principal, adequando-os ao grande fluxo de usuários e às normas de segurança relativas às circulações verticais. 4. A comissão julgadora entende ainda que existe uma necessária transição entre o hall interno e a praça que não está definido em escala compatível às dimensões do edifício, além de sugerirmos que não seja fechado, devido a próprias condições climáticas citadas anteriormente. 5. Finalmente, o elemento que dota o conjunto de sua característica mais expressiva, a grelha que envolve os auditórios, não está definida quanto ao material e nem quanto a sua potencial transparência, devendo ser objeto de atenção quando do desenvolvimento do projeto. Segundo lugar - O projeto classificado em segundo lugar, de código PTENMG foi no entender do júri quem melhor entendeu as condições locais e propôs que o espaço se transformasse numa grande praça coberta, transparente, que mantivesse o chão constantemente em contato com o céu. Por ser também aberto, assimila com engenhosidade o potencial dos ventos dominantes, fazendo deste grande espaço um micro ambiente confortável e lúdico. Uma bonita idéia urbana que amplia o potencial dos espaços cênicos, objeto central do trabalho. As questões construtivas e técnicas relativas ao edifício não foram desenvolvidas com a mesma excelência das questões urbanas. Terceiro lugar - O projeto classificado em terceiro lugar, de código RC22QH, solucionou com muita propriedade os espaços cênicos e suas estruturas de apoio, interpretando e realizando o programa com fidelidade e competência. Pecou, no entender do júri, pela ocupação extensiva do lote, no qual reservou à idéia necessária de uma praça apenas uma estreita faixa, extensão modesta do passeio público. A arquitetura também se mostrou pouco compatível à imagem de um edifício institucional. Às 22h30min, do dia 14 de outubro os trabalhos foram encerrados e lavrada a presente Ata e assinada por todos os membros da Comissão Julgadora.