Diretrizes Bio-Climáticas
Natal possui uma boa condição climática, com baixa diferença entre mínimas e máximas e umidade do ar alta, permitindo o uso de espaços abertos de forma mais generosa. O teatro orienta seu acesso na direção do vento predominante e cria uma corrente ascendente para renovar os ambientes voltados para o foyer principal através de uma abertura na sua cobertura, ao lado do urdimento do teatro menor. O espaço condicionado está restrito aos teatros, mas duas prumadas de instalações junto às circulações verticais permitem que os demais ambientes sejam climatizados de forma independente.
Distribuição de funções – Busca de espaços de convívio
As funções complementares do teatro (oficinas de dança, de atores, salas de ensaio do coral e da orquestra) funcionam no penúltimo pavimento e concentram um número expressivo de usuários que podem aproveitar a generosa circulação para se reunir, assistir a ensaios ou simplesmente descansar no intervalo das aulas. O setor administrativo, a biblioteca e o restaurante – no último pavimento – estão voltados para a praça.
Conceito – o resultado plástico
A proposta para a construção de um espaço de espetáculos de grande porte na cidade, num terreno de aproximadamente 20 mil metros quadrados, permitiu a implantação de um edifício com um generoso espaço aberto. Sua solução plástica, resultado das exigências técnicas e funcionais do programa, pode ser compreendida como uma “caixa cênica”. E a caixa do teatro, enfim foi aberta! O teatro convida a entrada do público. Seu “corte” na fachada, instiga a curiosidade de quem passa. O edifício, com suas diversas perspectivas (efeito dos planos acumulados em pontos distintos) busca uma nova relação com o ambiente urbano imediato, ortogonal e regular, destacando-se como objeto e ponto de referência da cidade.
O volume do edifício - posicionado no fundo do lote - salvaguarda um espaço de acesso de serviço na divisa lindeira e apresenta-se utilizando a praça como interface com a cidade.
Estrutura / matérias e custo
A evolução do concreto armado e da técnica construtiva nos últimos anos mostra que o material “moderno” ainda pode ser bastante explorado pelos arquitetos. Sua escolha neste projeto resulta da solução técnica de apoio das lajes protendidas dos teatros diretamente nas fachadas do edifício e do pilar de apoio da cobertura do porte cochére. O custo total do edifício tende a se beneficiar do uso correto da proporção de aberturas na fachada e do espaço reduzido que necessita ser condicionado, equilibrando sua relação de custo-benefício. A cobertura leve do edifício – tipo “roll-on” – foi escolhida pela sua leveza e facilidade de instalação.
ficha técnica
Arquitetos
Eduardo Lucio Maurmann e Lauro Vianna Poletto
Colaboradores
Douglas Poletto e Élen Balvedi Maurmann