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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Esse artigo analisa as civilizações moche e chimu e suas capitais, com o objetivo de compreender como a cultura e o contexto influenciaram na arquitetura. Os focos são o templo velho de Huaca de la Luna e o Palácio Nik-an.

english
This paper analyzes Moche and Chimu civilizations and their capitals, in order to understand how culture and context have influenced the architecture. The focus are the old temple of Huaca de la Luna and the Nik-an Palace.

español
Este artículo analiza las civilizaciones moches y chimú y sus capitales, con el objetivo de comprender como la cultura y el contexto influyeron la arquitectura. Los focos son el antiguo templo de Huaca de la Luna y el Palacio Nik-an.


how to quote

OLIVEIRA, Melissa Ramos da Silva. Arquitetura pré-colombiana de Chan Chan e Huaca de Moche. Arquitextos, São Paulo, ano 22, n. 261.08, Vitruvius, fev. 2022 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/22.261/8404>.

Nas últimas décadas, escavações arqueológicas evidenciaram que a América esconde preciosidades que testemunham a existência de civilizações complexas, grandiosas e tão antigas quanto a egípcia e a mesopotâmica. Teotihuacan no México, Tikal na Guatemala, Copán em Honduras e Machu Picchu no Peru são exemplos de assentamentos urbanos de algumas dessas importantes civilizações. O isolamento geográfico, associado a fatores como clima e altitude, possibilitaram o desenvolvimento de canais de irrigação e a idealização de calendários climáticos que deram suporte à produção consistente e variada de alimentos e, consequentemente, o desenvolvimento dessas civilizações. Nesse contexto, o norte do Peru destacou-se pelo surgimento de diversas culturas. Dentre elas, citam-se a Mochica (100 d.C.), a Chimú (900 d.C.) e os incas (1.400 d.C.).

Huaca de Moche despontou como a capital da civilização moche por volta de 550 d.C. e Chan Chan a capital da civilização chimu cerca de 850 d.C. Essas duas capitais consolidaram assentamentos urbanos permanentes que viveram da pesca e da agricultura, com uma organização social hierarquizada e acentuada, regidas por forte crença religiosa. Sobressaíram-se pela utilização do barro como matéria prima para o desenvolvimento da arquitetura. Destacaram-se também pelas manifestações artísticas associadas à arquitetura, por meio de pinturas murais e formas esculpidas em alto relevos, que evidenciaram rituais, ideologias e suas crenças.

Estudos recentes desses sítios arqueológicos ampliaram o conhecimento acerca dessas duas civilizações pré-colombianas, sua arquitetura, arte e simbologias. Legitimaram ainda o seu reconhecimento como patrimônio tanto para a história peruana quanto mundial (1). Essas descobertas corroboraram para enaltecer a importância da América nos primórdios da civilização humana e ampliaram o campo de estudo e interesse para a arquitetura.

Munida desse interesse, esse artigo foca na arquitetura peruana primitiva, especificamente nos assentamentos urbanos de Huaca de Moche e Chan Chan, na tentativa de compreender como o modo de vida, a cultura e o contexto das civilizações moche e chimu influenciaram nessa produção arquitetônica. Como objetivo específico almeja investigar as respostas arquitetônicas dessas civilizações a um ambiente muito particular — materiais de construção locais, clima, topografia, crenças e condições sociais peculiares. Os resultados dessa pesquisa almejam contribuir para a ampliação do repertório teórico e crítico sobre a história da arquitetura da América Andina.

O artigo está estruturado em três partes. A primeira discorre sobre a América pré-colombiana e as principais civilizações que despontaram nessa época, bem como seus monumentos mais importantes. A segunda parte analisa a cultura mochica e sua capital sagrada denominada de Huaca de Moche, formada por dois grandes monumentos (Huaca del Sol e Huaca de la Luna), além do núcleo urbano. Nessa parte o foco é no templo velho de Huaca de la Luna, o espaço cerimonial e o monumento de maior relevância do auge da cultura mochica. A terceira parte do artigo discorre sobre a cultura chimu e sua a capital religiosa e administrativa — a cidade de Chan Chan. O destaque será para a cidadela de Nik-an — o recinto religioso do complexo.

A América e a arquitetura pré-colombiana

O período que antecedeu a ocupação espanhola na América é denominado por Emily Cole (2) de pré-colombiano e caracteriza-se pela consolidação de assentamentos urbanos permanentes e complexos, que viveram da pesca e da agricultura, possuíram uma organização social hierarquizada e produziram inovações arquitetônicas utilizadas como expressão de poder e imortalidade. Diversas civilizações despontaram no México e na América Central: os olmecas na costa leste do México (1.500 a.C.), os zapotecas e mixtecas, em Oaxaca, no platô central do México na região do Monte Albán (600 a.C.), os maias na atual Guatemala e Honduras a partir do século 4 d.C., os toltecas (900 d.C.) e os astecas (século 13) no vale do México. Na América do Sul, na região andina (3) se desenvolveram as civilizações Paijanese (10.000 a.C.), Huaca Preta (2.500 a.C.), Cupisnique (1800 a.C.), Galinazo (100 a.C.), Mochica (100 d.C.), Chimú (900 d.C.) e os incas (1.400 d. C.). Os nascas ocuparam o oeste da Bolívia e o sul do Peru por volta de 200 d. C.

Cole (4) divide o período pré-colombiano em quatro momentos: primeiras cidades, período clássico maia, cidades pós-clássicas e arquitetura inca. Dentre o contexto das primeiras cidades, Teotihuacan (5) é o exemplo mais proeminente de um conjunto urbano planejado construído nos primórdios da cultura mexicana pré-colombiana (200 a.C.). A cidade abrigou cerca de 200 mil pessoas, em uma área de aproximadamente 3.700 hectares, e ergueu pirâmides e plataformas (em terra e revestidas de pedra), dispostas ao longo de uma grande avenida (6). No contexto peruano, destacou-se a cidade sagrada de Caral (7) (3.000 a.C.) no Vale do Supe — a mais antiga civilização na América. O plano da cidade, bem como seus elementos arquitetônicos e espaciais (estruturas piramidais e plataformas monumentais de pedra e barro com seus pátios circulares baixos) testemunham a existência de funções cerimoniais que expressam uma ideologia religiosa marcante.

O período clássico maia perdurou do século 6 ao 10 Destacou-se pela atuação de uma civilização rica, com uma estratificação social rígida e politicamente organizada em cinquenta estados independentes (8). Foi o único povo da América que criou um sistema de escrita. Tikal (9) foi a cidade mais importante do Império Maia, implantada na Guatemala. A cidade abrigou cerca de 45 mil pessoas e sua planta evidencia um desenho de padrão triangular, onde avenidas conectavam as principais edificações — algumas delas em Acrópole (10). Na arquitetura, destacou-se pelas construções em pedra e a obra mais emblemática foi seu centro cerimonial composto por templos, palácios e praças públicas. Os maias ainda construíram as cidades de Copán em Honduras (600 d.C.) — conhecida pelo seu centro cerimonial, a cidade de Palenque em Chiapas, no México (683 d.C.) conhecida pelo Templo das Inscrições e a cidade de Uxmal no México (900 d.C.), onde organizaram um centro cerimonial e construíram o Palácio dos Governantes (11).

O declínio do Império Maia culminou no desenvolvimento de cidades pós-clássicas importantes tais como Tula e Chichén Itzá no México Central pelas civilizações toltecas por volta de 900 d.C. O grande envolvimento dessas populações com atividades de guerra, culminaram em uma arquitetura mais austera e a difusão de novas estruturas tais como os templos de guerreiros (12). No Vale do México se destacaram os astecas (13) a partir do século 13, com a fundação da cidade de Tenochtitlán que abrigou cerca de 200 mil pessoas e oitenta edificações para rituais (14). A civilização inca despontou a partir do século 12 no Peru, Bolívia, Colômbia e Equador. Os incas implantaram sua capital em Cusco, todavia uma das obras mais impressionantes foi a cidadela de Machu Picchu (15), situado na Cordilheira dos Andes a 2300 metros de altura. O assentamento destacou-se pelos terraços de pedra recortados na montanha — destinados a produção agrícola e à implantação de cerca 220 estruturas destinadas ao centro religioso, cerimonial e astronômico, além das habitações. A cidade foi dividida entre parte alta e baixa para separar claramente as funções voltadas à moradia da produção agrícola.

Apesar da diversidade de povos e assentamentos, é possível verificar alguns aspectos comuns na arquitetura e no planejamento urbano pré-colombiano. As ruínas dos assentamentos evidenciam que eram sociedades avançadas, com domínio de técnicas construtivas, clima, agricultura, irrigação, astronomia e guerra. Evidenciam ainda que essas civilizações possuíram grande desenvolvimento científico e tecnológico para a época. Apresentaram soluções sofisticadas de planejamento e ordenamento territorial. Esse domínio do território evidencia o que Benévolo (16) denominou de “um fragmento de natureza transformado segundo um projeto humano” pois compreende terrenos cultivados para produção agrícola, bem como estruturas bem definidas para abrigo, armazenamento, culto, cerimônia e lazer.

Huaca de Moche — a capital da civilização mochica

A civilização moche ou mochica floresceu entre o fim do século 1 e 8 d.C., dispersos do norte ao sul do Peru, fundados próximos aos rios devido a necessidade de abastecimento, como ilustra o mapa esquemático da localização dos centros administrativos da cultura moche. Os moches constituíram estados políticos independentes, divididos em nove núcleos administrativos distintos. Os moches possuíram como base econômica a agricultura, irrigada por uma imensa rede de canais. Esse domínio das técnicas de irrigação transformou os moches na “primeira grande civilização hidráulica dos Andes” (17).

Mapa esquemático da localização dos centros administrativos da cultura moche
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2021

Sem o domínio da escrita, a civilização moche deixou seus registros por meio da arte, sobretudo o artesanato e a cerâmica. Segundo Michael Fazio, Marian Moffett e Lawrence Wodehouse (18), os artesãos mochicas tinham domínio do metal e produziram peças refinadas, sobretudo em ouro martelado. Para Santiago Uceda Castillo, Ricardo Morales Gamarra e Elías Mujica Barreda (19), o trabalho delicado da ourivesaria mochica destaca também um amplo domínio técnico de douramento de cobre e prata. A grande expressividade artística conferiu uma unidade cultural marcante, que retrata cenas cotidianas expressas em seus mais variados aspectos como a caça, pesca, combate, cerimônias religiosas, cerimônias fúnebres, ritos, bem como sua própria visão de mundo.

Os moches também se destacaram como grandes construtores de cidades e monumentos. Os assentamentos se caracterizaram pela edificação de grandes pirâmides e plataformas escalonadas. Diferentemente dos incas que posteriormente se destacaram pelo uso da pedra, os moches e os chimus destacaram-se pelo uso do adobe — uma mistura de terra e palha, extremamente adaptado ao clima árido. Outra característica marcante da arquitetura moche é a elevação. Para se aproximar dos deuses, verifica-se uma ascensão vertical fundamentada em patamares escalonados, configurando os huacas — pirâmides sem ponta, definida pelo escalonamento de diversos patamares, as vezes construídas em períodos distintos.

A capital da cultura mochica foi erguida próximo ao desague do rio Moche no Oceano Pacífico, onde foi edificado o complexo Huacas de Moche por volta de 100 d.C. A cidade sagrada dos moches era formada pelo conjunto de dois edifícios monumentais — Huaca del Sol (Pirâmide do Sol) e Huaca de la Luna (Pirâmide da Lua), mais o núcleo urbano situado entre eles. As atuais escavações arqueológicas (20) evidenciam que os remanescentes dos huacas resultam da sobreposição de diversas construções ao longo dos anos, fruto de um processo que enterrava os edifícios mais antigos para conseguir alturas maiores e templos mais amplos.

O núcleo urbano compreendeu uma área de aproximadamente 100 hectares. Era formado por moradias e escritórios especializados onde viveram servidores dos templos e artesãos. As prospecções arqueológicas evidenciam a presença de elementos espaciais ordenadores: as ruas seguiam os eixos cardinais, a planta da cidade era ortogonal, as vias de circulação convergiam para os espaços abertos além de delimitarem os setores constituintes do núcleo urbano. As escavações dos ateliês de produção — dentro do núcleo urbano — evidenciaram a presença de “setores de produção de cerâmica fina e cerâmica doméstica, áreas de preparação de chicha, espaços de manufatura de ornamentos corporais e trabalhos em pedra” (21), além de setores que possivelmente serviram para a fabricação de material têxtil e objetos de metal.

Complexo Huacas de Moche
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2019

Huaca del Sol provavelmente tenha sido a maior estrutura em adobe construída na América, “com 344,4 por 160 metros de lado e 39,6 metros de altura” (22). O que se sabe até o momento é que pelo menos três edifícios superpostos compõem essa estrutura. Os dois primeiros provavelmente datam de 300 e 600 d.C. e foram construídos com adobes pequenos. O terceiro edifício foi proveniente de uma ampliação realizada entre 600 e 850 d.C., momento onde adquiriu a forma e o tamanho que se observa na atualidade. Foi construído com adobes maiores que contém marcas de fabricantes e são revestidos por pinturas brancas, o que leva a postular sobre o seu caráter mais cívico.

Postula-se que Huaca del Sol, durante o auge da cultura mochica quando Huaca de la Luna era o centro do poder, foi somente uma residência da elite. Os artefatos arqueológicos evidenciam que no período de decadência da cultura moche, esse monumento foi ampliado e se tornou o edifício mais importante e imponente, funcionando como um palácio e exercendo o poder político e administrativo.

Huaca de la Luna teve dimensões bem inferiores se comparadas à Huaca del Sol. Todavia, suas características evidenciam que ela tenha sido um local de sacrifícios e cerimônia, onde a população se reunia para o calendário cerimonial moche. As plataformas em cascata que definem praças rebaixadas e o uso elevado de policromia nas paredes de seus ambientes contribuem para confirmar seu caráter religioso. Huaca de la Luna foi construída em dois momentos: o templo velho entre 50 e 600 d.C. e o templo novo entre 600 e 850 d.C.

O templo velho corresponde a um complexo arquitetônico amuralhado, de tamanho aproximado de 260m x 180m, construído em adobe, onde foram encontradas um conjunto de praças cerimoniais: a praça Cerimonial localizada ao norte do conjunto, o conjunto de praças denominado praça 2a e praça 2b a leste. Dentro das Praças 2a e 2b foram encontradas tumbas moches que parecem corresponder a personagens importantes pela qualidade das oferendas agregadas. A praça Cerimonial correspondeu a um grande pátio, onde o grande destaque é o muro escalonado e ornamentado com relevos policromados que configuram de maneira única a cenografia do local. Nesse muro — a antiga fachada norte do templo moche — são pintados em alto relevo, com pigmentos de origem mineral, divindades da terra e do mar, além de personagens que executavam funções no templo.

Perspectiva esquemática de como se imagina o templo velho de Huaca de la Luna
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2021

Essa pintura da fachada norte é tão marcante — seja pela sua dimensão gigantesca, seja pela sua simbologia, que será descrita a seguir de forma mais minuciosa. Na base do muro representa-se o desfile de dez guerreiros triunfantes, com suas vestimentas e armas, que conduzem dez prisioneiros nus. A segunda faixa do escalonamento ilustra oficiais religiosos de mãos dadas. Alguns estudiosos acreditam que esses religiosos estariam realizando uma dança para receber o desfile dos vencedores. O terceiro escalão esboça a figura mítica das “aranhas decaptadoras”, que possuem cabeça humana em perfil, corpo de aranha visto de cima e braços humanos que saem do abdômen. O quarto escalão traz o Deus-pescador — um ser mítico que poderia estar ensinando o homem a pescar. No último escalão, observa-se o “ser lunático”, uma figura mítica formada por um felino que termina em uma cabeça de raposa e segura uma cabeça humana cortada. De modo geral, a pintura da fachada norte evidencia diversos tipos de conflitos marcantes entre as divindades e deixa indícios de que representou os rituais e sacrifícios humanos realizados no templo velho de Huaca de la Luna.

Pinturas policromadas da fachada norte da praça Cerimonial de Huaca de la Luna
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2019

As escavações em Huaca de la Luna mostraram que a praça Cerimonial não era um espaço vazio e aberto. No canto sudeste da praça Cerimonial foram encontrados remanescentes do “Recinto Esquineiro” — uma edificação fechada pequena, possivelmente coberta no passado, ricamente decorada com pinturas de fundo branco em alto relevo, que relevam sua provável tendência de ter sido um local de apoio aos eventos realizados no pátio. Apesar do elevado número de ícones misturados na pintura, os estudos de Castillo, Gamarra e Barreda (23) observaram a presença de cenas de combate e sacrifícios humanos na parte superior, cenas de pesca com redes na parte do meio e cenas cotidianas ou de guerreiros coroados na parte inferior. Para os pesquisadores, essa pintura corresponde a “arte mural moche mais completa, sofisticada e melhor conservada conhecida até o momento” (24).

Praça Cerimonial e o recinto esquineiro
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2019

No canto sudoeste, foram descobertos resquícios de um trono e no lado oposto — na esquina noroeste — remanescentes do templo do Deus Marino, um recinto que se postula que provavelmente tenha sido local de entrega das oferendas pela presença de um altar.

Na parte mais alta de Huaca de la Luna situavam-se o altar principal e o “Pátio com Losangos” (El patio con Rombos). As paredes que delimitavam esses espaços eram ornamentadas por pinturas murais que representavam dentro de um losango o rosto do “Deus da Montanha” — uma divindade antropomórfica moche. Arrematam essa arte mural, uma sequência de triângulos tanto na parte superior quanto na inferior, onde são representadas figuras que remetem a serpentes com cara de peixe ou cobra. Destaca-se que a arte mural desse espaço é predominantemente geométrica, diferentemente das representações utilizadas nos demais ambientes. Todavia, permanece a utilização da policromia em alto relevo, com o predomínio de cores vibrantes e contrastantes (vermelho, amarelo, branco e preto).

Arte mural do Pátio com Losangos
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2019

Não se sabe ao certo o que levou ao fim da civilização mochica. Diversas teorias foram postuladas e as prospecções arqueológicas em Huaca de Moche contribuíram para elucidar algumas delas. Os estudos mostram que a elite religiosa ao perder o poder permitiu a ascensão dos líderes civis e a fragmentação do Estado Moche. A elite urbana adquiriu mais prestígio, poder e maior capacidade econômica, o que permitiu que ela consolidasse uma nova estrutura corporativa para administrar tanto os bens quanto sua produção. Os remanescentes demonstram que era comum a realização de festas para obter lealdade e compromisso de outros líderes envolvidos nas várias tarefas urbanas, bem como para o aprimoramento da infraestrutura e trabalho agrícola. Os artefatos arqueológicos expressam ainda que nesse momento houve a influência de outras culturas, o que demonstra a perda de influência e poder da sociedade mochica. Huaca de Moche provavelmente foi abandona pelos moches por volta de 850 d.C. (25), todavia esse abandono não apagou a magnitude desses monumentos que retratam o esplendor da cultura moche e sobreviveram milhares de anos para contar esse rica história.

Chan Chan — a capital da cultura Chimú

O reino Chimu ou Chimor floreceu entre os séculos 9 ao 15 d. C., no contexto das culturas peruanas tardias. Os chimus consolidaram 12 centros administrativos e religiosos, que reuniram culturas litorâneas e andinas, distribuídas em uma área aproximada de 1.300 km, do Sul (próximo aos rios Chillón e Rimac nos arredores de Lima) ao norte do país na região de Thumbes. Esses assentamentos almejavam controlar politicamente toda essa extensa região, sobretudo pelo domínio da produção agrícola e pecuária.

A civilização Chimu teve sua economia sustentada pela agricultura, pecuária e pesca, o que possibilitou tanto o abastecimento de sua população quanto a permuta do excedente. Dentre as atividades supracitadas, a agricultura foi uma das mais relevantes, pois se difundiu com grande expressividade ao longo da rede de rios que abasteceram a costa norte do Peru. Há indícios de que os chimus também aproveitaram a água do subsolo, criando os “huachaques” ou “fazendas afundadas agrícolas”, o que lhes permitiram obter diversas colheitas ao longo do ano (26).

Esquema da localização dos centros administrativos da cultura Chimú
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2021

Em relação a arquitetura, os chimus se destacaram pelo uso do adobe — uma mistura feita de barro e cascalho — para produzir tijolos assentados com argamassa de barro. Utilizaram como materiais de construção a canabrava, junco, madeira e pedras. Se destacaram pela decoração dos adobes com motivos abstratos ou temas antropomórficos e zoomórficos. Diferentemente dos moches que se sobressaíram pela elevação com a utilização de pirâmides escalonadas, os chimus edificaram estruturas predominantemente horizontais. Também demostraram amplo conhecimento tecnológico, o que lhes permitiu pleno domínio e adaptação ao meio onde estavam inseridos (27).

Na região de Trujillo se construiu, por volta do ano de 1.000 d.C., a capital Chan Chan. Esse assentamento contemplou o centro do poder político, econômico, religioso e cultural do reino Chimor, que reflete uma estrutura política e econômica descentralizada, formada por unidades independentes. A cidade teve cerca de 250.000 habitantes e ocupou uma área aproximada de 20km2(28). Os chimus tiveram uma estratificação social bem definida: a nobreza — dividida em castas religiosa, administrativa e militar — era a dona das propriedades, enquanto o povo (artesãos, agricultores e pescadores) era organizado a partir de suas habilidades e seu grau de especialização (29).

Os remanescentes arqueológicos evidenciam que a estrutura urbana de Chan Chan constitui um exímio exemplar de planejamento urbano, pois além de suas ruas ortogonais e um zoneamento bem definido, fica evidente o domínio dos sistemas industriais, agrícolas e de gestão de água que o sustentavam (30). O núcleo urbano era composto por nove cidadelas ou grandes conjuntos palacianos, além dos bairros residenciais e dos cemitérios populares. A habitação localizada na parte externa das cidadelas visava abrigar a grande massa da população. Eram denominadas de Capi — quartos aglutinados pequenos e irregulares (31).

No interior dessas cidadelas, de formato predominantemente retangular, foram encontrados vestígios de ambientes multifuncionais tais como moradias da nobreza, áreas agrícolas, reservatórios de água, espaços para audiências, sistemas de canais de água, áreas para recreação (espaço de jogo e danças), edifícios públicos, plataformas funerárias, espaços cerimoniais e depósitos, além de praças e jardins. Para dar suporte a esses assentamentos urbanos, no seu entorno foram instalados escritórios especializados para produção têxtil, cerâmica, metalúrgica, marcenaria e pedra.

Esquema da estrutura urbana de Chan Chan
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2021

Essas cidadelas eram delimitadas por altos e largos muros maciços de terra, construídos sobre uma sólida base de pedra para proteger-lhes da umidade. As muralhas se destacam também pelo seu sistema de resistência aos terremotos, construídas com juntas de dilatação (32). A magnitude dessas muralhas evidencia tanto o elevado nível técnico de suas construções quanto a forte preocupação com a defesa desses assentamentos.

Dentre essas cidadelas, menciona-se o Palácio Nik-an (antigo Palácio Tschudi). O palácio — cercado por uma grande muralha — possuía vários setores. O setor Norte contemplou quatro recintos destinados a realização de diversos tipos de cerimônias: a praça Cerimonial Principal, a segunda praça Cerimonial, a Sala do Altar e o reservatório, além das Salas das Audiências que se sobressaíram como espaços de rituais. Cristóbal Campana Delgado (33) destaca que em Chan Chan foi possível diferenciar os atos cerimoniais dos atos rituais. Para o autor, os atos cerimoniais requereram espaços mais amplos e acessos maiores enquanto os atos rituais aconteceram em espaços mais restritos, com maior ornamentação e acessos mais estreitos. Todavia, tanto as cerimônias quanto os ritos necessitaram de espaços especiais e de um tempo adequado para sua execução, de modo a permitir suas devidas representações.

Maquete do Palácio Nik-an
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2019

O público em geral participava das celebrações na praça Cerimonial Principal, para glorificar os ancestrais e os deuses moches. Essa praça é delimitada por paredes decoradas com lontras marinhas na parte inferior e linhas horizontais acima que simbolizam as ondas do mar. A praça Cerimonial secundária, localizada na parte mais central do palácio, tinha acesso mais restrito, pois estava próximo de onde residiu Chimú Capác — a máxima autoridade política, militar e religiosa do reino Chimor. Suas paredes foram ricamente decoradas com desenhos de aves e divindades humanizadas, pintadas com cores vibrantes (vermelho, amarelo, branco e preto).

Praça Cerimonial Principal do Palácio Nik-an
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2019

A Sala do Altar foi destinada a cerimônias de menor porte. Postula-se que nesse espaço se preparavam as pessoas que iriam participar das festas na praça Principal em decorrência da conexão direta entre elas. O recinto possui um altar destinado a adoração, onde foram encontrados resquícios de pessoas enterradas acompanhadas de oferendas. O espaço é delimitado por um muro ornamentado com representações de redes de pesca em baixo relevo, no passado pintados na cor branca (34).

Huanchaque cerimonial compreende um reservatório de água, de formato retangular, com dimensão aproximada de 140 por 48 metros, com quatro metros de altura, utilizado como local de culto à água e à fertilidade. Nas noites de lua cheia, destinava-se ainda ao culto especial da Lua pelo seu reflexo na água (35).

Sala do Altar no Palácio Nik-an
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2019

O Corredor dos Peixes e das Aves, localizados a leste da praça Cerimonial Principal, serviu de acesso aos templos ou as salas das audiências do setor Norte. César A. Gálvez Mora e María Andrea Runcio (36) destacam a importância do corredor como um elemento ordenador do espaço na medida em que promoveu a conexão entre os recintos, organizou e controlou a circulação das pessoas nos espaços de rituais e cerimoniais. O corredor se destaca ainda pela sua ornamentação em alto relevo, onde o desenho escalonado busca representar peixes em movimentos ao longo das correntes marinhas que se deslocam do Sul para o Norte. Na parte inferior são esboçadas aves pelicanos.

Corredor dos Peixes e das Aves do Palácio Nik-an
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2019

Sala das audiências do Palácio Nik-an
Foto Melissa Ramos da Silva Oliveira, 2019

O Setor de Audiências compreende os espaços dedicados aos rituais, tanto de culto quanto de recepção de oferendas ou tributos às divindades. Era subdividido em espaços menores, em formato de “U”, cada qual com seu nicho e decorado com frisos de barro, talhados em alto relevo, onde foram encontradas representações de aves voando, comendo ou dormindo, cruzes escalonadas, figuras circulares que remetem à lua cheia, dentre outros motivos. Essas salas correspondem a parte mais decorada de todo o conjunto arquitetônico e testemunham a relevância das representações iconográficas como elementos ordenadores dos espaços e muitas vezes como condutoras dos próprios rituais. Mora e Runcio (37) relatam que não bastava atribuir uma função aos recintos. Era necessário promover uma aproximação dos usuários com o espaço e a decoração tinha esse papel fundamental. Para Delgado (38), as imagens por si só “parecem estar em uma ação cerimonial e respondem as ações que evidentemente são rituais”.

A Plataforma funerária, situada no setor Sul, correspondeu ao local mais importante e sacralizado do Palácio. Nesse recinto foram encontrados a tumba do Sr. Chimor, rodeada por tumbas secundárias, provavelmente destinadas as pessoas próximas ao grande líder. No passado, o local também sediou cerimônias aos mortos.

Os depósitos estavam localizados em partes distintas do Palácio para armazenar alimentos, armas, tecidos, utensílios domésticos, religiosos e funerários. Os indícios levam a crer que eram espaços cobertos. A foto da maquete do Palácio Nik-na ilustra a localização de um desses depósitos, localizados a leste do Palácio.

O Império Chimor foi conquistado pelos incas a partir de 1438, o que culminou no seu fim. Os incas, com sua tendência militar, dominaram a região andina até a chegada dos espanhóis. Chan Chan era uma cidade abandonada quando os espanhóis a descobriram. Sofreu diversas destruições ao longo do tempo, todavia remanescentes sobreviveram para expressar a opulência do povo chimu.

Conclusão

O pesquisador Ramón Gutiérrez (39) relata que um dos principais problemas enfrentados pela cultura arquitetônica da América Central e Latina refere-se a revisão da sua própria historiografia, tendo em vista a influência da visão eurocêntrica ou a história oficial de cada país associada aos seus heróis. Gutiérrez destaca ainda que as práticas de produção territorial decorrentes da dinâmica sociocultural de cada lugar deveriam ser trazidas à discussão central do debate arquitetônico. Nesse sentido, as escavações arqueológicas, em diferentes sítios americanos, têm possibilitado rever a historiografia da América Latina e Andina pautada em artefatos que elucidam efetivamente como as civilizações pré-colombianas ocuparam o território americano, consolidaram grandes impérios e alcançaram um elevado nível de desenvolvimento técnico, social, cultural, econômico e arquitetônico, a partir de dados reais e não uma visão eurocêntrica.

Entre o período da criação de Caral no Peru por volta de 3.000 a.C à consolidação do Império Inca a partir de 1.400 d.C. muitas civilizações floresceram. Fazio, Moffett e Wodehouse (40) descrevem que o legado americano é tão “vasto que representa o maior sítio arqueológico do hemisfério ocidental”. Huaca de Moche e Chan Chan constituem exemplos dessa herança que evidencia a opulência da América pré-colombiana perante a história mundial.

Apesar de toda magnitude desses sítios, na atualidade, os desafios para sua preservação são enormes. O trabalho arqueológico em Huaca de la Luna, com escavações incipientes do núcleo urbano, possui um importante apoio da organização não governamental World Monuments Fund em parceria com a Universidade de Trujillo. A tentativa de promover estratégias equilibradas de escavação, conservação e interpretação desse sítio contribuíram para ampliar a atividade turística, ampliar o trabalho educativo com a sociedade local, além de trazer desenvolvimento econômico e oportunidades de emprego para as comunidades próximas. Chan Chan possui um trabalho de escavação arqueológica consolidado no Palácio Nik-an (uma das nove cidadelas do complexo). A construção do Museu de Sitio Chan Chan — próximo ao Palácio Nik-an, o único local aberto para visitação do complexo, contribui significativamente para o desenvolvimento de atividades educativas e organização da atividade turística no local. Todavia, parte significativa do complexo de Chan Chan sofre com a influência do crescimento urbano e as ocupações ilegais ao seu redor. Esse impacto negativo levou a Unesco a colocar o bem na lista do Patrimônio Mundial em Perigo em 1986.

A preservação dessas ruínas corrobora para a exitosa investigação acadêmico e profissional, de cunho interdisciplinar, que busca perpetuar o valor excepcional universal do documento histórico, quanto para o envolvimento da comunidade com os bens estudados de maneira responsável por meio de um uso social sustentável associado sobretudo ao turismo. Fica evidente, a partir desse estudo, o grandioso valor desses bens para a história da arquitetura. E continuar a estudá-los é essencial para aprofundar o repertório da arquitetura pré-colombiana.

notas

1
A Unesco reconheceu a cidade de Chan Chan como “a maior cidade de barro do mundo” e lhe conferiu a chancela de Patrimônio da Humanidade em 1986. Chan Chan Archaeological Zone. Unesco <https://bit.ly/3BAIA4k>.

2
COLE, Emily (org.). História ilustrada da arquitetura. São Paulo, Publifolha, 2013.

3
Denomina-se de “região andina” a zona geográfica situada entre a cordilheira dos Andes e a costa pacífica da América do Sul.

4
COLE, Emily. Op. cit.

5
A Unesco reconheceu a cidade de Teotihuacan como Patrimônio da Humanidade em 1987 por ter sido um dos focos culturais e artísticos mais importantes da Mesoamérica. Pre-Hispanic City of Teotihuacan. Unesco <https://bit.ly/3BEjQbJ>.

6
FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. A história da arquitetura mundial. Porto Alegre, AMGH, 2011.

7
A Unesco reconheceu a cidade de Caral como Patrimônio da Humanidade em 2009 por ter sido a civilização mais antiga das Américas. Sacred City of Caral-Supe. Unesco <https://bit.ly/35ds9PB>.

8
COLE, Emily. Op. cit.

9
A Unesco reconheceu a cidade de Tikal como Patrimônio da Humanidade em 1979 por ter sido um dos assentamentos mais importantes da civilização maia. Tikal National Park. Unesco <https://bit.ly/3I834Ed>.

10
FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. Op. cit.

11
COLE, Emily. Op. cit.

12
Idem, ibidem.

13
O Império Asteca difundiu-se no norte do México, hoje Guatemala e El Salvador.

14
FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. Op. cit.

15
A Unesco reconheceu a cidade de Machu Picchu como Patrimônio da Humanidade em 1983 por ter sido a maior realização arquitetônica durante o apogeu do Império Inca. Historic Sanctuary of Machu Picchu. Unesco <https://bit.ly/3uZQnHQ>.

16
BENEVOLO, Leonardo. História da cidade. São Paulo, Perspectiva, 2011.

17
CASTILLO, Santiago Uceda; GAMARRA, Ricardo Morales; BARREDA, Elías Mujica. Huaca de la Luna: templos y dioses moches. Lima, Fundación Backus/World Monuments Fund Perú, 2016, p. 44.

18
FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. Op. cit.

19
CASTILLO, Santiago Uceda; GAMARRA, Ricardo Morales; BARREDA, Elías Mujica. Op. cit.

20
Em 20 de outubro de 1990, o pesquisador Ricardo Morales descobriu fragmentos com relevos policromados nos adobes das ruínas de Huaca de la Luna. A partir disso, iniciou-se um projeto arqueológico de grande magnitude, com apoio da Fundação Backus. Em 2001, a World Monuments Fund se juntou a esse projeto, juntamente com o Patronato Huacas del Valle de Moche e a Universidade Nacional de Trujillo, para auxiliar e financiar ações de escavações e estudos quanto conservação das ruínas de Huaca de la Luna. Em 2011, foi aberto o primeiro circuito turístico que possibilita a visitação controlada a Huaca de la Luna. Huaca de la Luna <https://bit.ly/3h5TEx0>.

21
CASTILLO, Santiago Uceda; GAMARRA, Ricardo Morales; BARREDA, Elías Mujica. Op. cit., p. 57. Tradução da autora.

22
FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. Op. cit., p. 291.

23
CASTILLO, Santiago Uceda; GAMARRA, Ricardo Morales; BARREDA, Elías Mujica. Op. cit.

24
CASTILLO, Santiago Uceda; GAMARRA, Ricardo Morales; BARREDA, Elías Mujica. Op. cit., p. 100. Tradução da autora.

25
CASTILLO, Santiago Uceda; GAMARRA, Ricardo Morales; BARREDA, Elías Mujica. Op. cit.

26
MUNICIPALIDAD PROVINCIAL DE TRUJILLO. Chan Chan. Patrimonio Cultural de la Humanidad. Trujillo, Municipalidad Provincial de Trujillo, 1980.

27
World Heritage List. Chan Chan, 1986. Unesco <https://bit.ly/3JJ2MUu>.

28
FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. Op. cit.

29
VERGARA, Enrique; VALLE Luis. Chan Chan: ayer y hoy. Trujillo, Ediciones Sian, 2012.

30
Unesco (op. cit.).

31
VERGARA, Enrique; VALLE Luis. Op. cit.

32
DELGADO, Cristóbal Campana. Chan Chan: nuevos hallazgos, nuevas hipótesis. Pueblo Continente, v. 21, n. 1, 2010, p. 27-52 <https://bit.ly/3h4HzYR>.

33
DELGADO, Cristóbal Campana. Op. cit.

34
MUNICIPALIDAD PROVINCIAL DE TRUJILLO. Op. cit.

35
DELGADO, Cristóbal Campana. Op. cit.

36
MORA, César A. Gálvez; RUNCIO, María Andrea. Iconografía y uso del espacio en los recintos con estructuras en forma de “U” del conjunto Nik An (Chan Chan). Pueblo Continente, v. 21, n. 1, 2010, p. 83-92 <https://bit.ly/3LRAuZO>.

37
MORA, César A. Gálvez; RUNCIO, María Andrea. Op. cit.

38
DELGADO, Cristóbal Campana. Op. cit., p. 28. Tradução da autora.

39
GUTIÉRREZ, Ramón. Arquitetura latino-americana. Textos para reflexão e polêmica. São Paulo, Nobel, 1989.

40
FAZIO, Michael; MOFFETT, Marian; WODEHOUSE, Lawrence. Op. cit., p. 289.

sobre a autora

Melissa Ramos da Silva Oliveira é arquiteta e urbanista (Unesp, 2000); mestre (2005) e doutora (2012) em Geografia pela Unicamp e especialista em Restauro Arquitetônico pela PUC Campinas (2003). Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Cidade e do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha e líder do grupo de pesquisa Arquitetura, Cidade e Patrimônio.

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