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PORTAL VITRUVIUS. Prêmio Caixa / IAB 2004. Concurso Nacional de Idéias para Habitação Social no Brasil (categoria profissional). Projetos, São Paulo, ano 05, n. 051.03, Vitruvius, mar. 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/05.051/2456>.


Programa Pro Moradia

Fundamentação e metodologia

Aspectos físicos

O terreno objeto do projeto, compõe-se de três quadras (quadra 5, 8 e 11), com área unitária de 9.000 m2, totalizando 27.000 m2, localizado na cidade de Cristalina, Estado de Goiás, a 47º – 48º de Longitude W e a 16º –  17º, 20´ de Latitude Sul, com 1.250 m de Altitude, pertencendo a Micro-região 355, Sudeste Goiano/Entorno de Brasília.

Todo o conjunto apresenta uma ligeira declividade de cerca de 2% no sentido oeste/leste. Existem alguns exemplares isolados de componentes vegetais nativos como árvores do cerrado e diversos componentes vegetais implantados de espécies frutíferas, como mangueiras, bananeiras e Jamelão.

O setor possui pavimentação asfáltica, rede de água potável, energia elétrica, iluminação pública e rede de telefonia. Não possui sistema de águas pluviais, rede de esgotos e transporte coletivo;

O loteamento possui viabilidade para empreendimentos residenciais multifamiliares, comunitários, esportivos e mistos.

Aspectos humanos

O padrão de vida da comunidade na qual será inserido o projeto é de classe média baixa, com renda familiar em torno de R$ 700,00. Apesar da ocorrência de várias construções de alvenaria rebocadas, pintadas e com telha cerâmica, a pouca incidência de automóveis indica o padrão mediano desta comunidade.

Um aspecto muito importante é o potencial de lazer que possuem as quadras, visto que toda a cidade carece deste tipo de ambiente. No terreno baldio da quadra 11 encontra-se demarcada uma quadra de futebol bastante utilizada pela comunidade que, por falta de manutenção, não está atualmente em funcionamento. Diante de várias necessidades constatadas no local, o projeto tende a favorecer espaços que reforcem a identidade cultural e costumes de uma cidade típica do interior goiano com uma maior infra-estrutura.

Dentre os depoimentos levantados junto aos moradores, seguem abaixo algumas observações sobre alguns aspectos negativos do local:

  • Falta de equipamentos de lazer para crianças;
  • Falta de interesse, por parte dos moradores, em garantir a manutenção dos equipamentos de lazer;
  • Os terreno abandonados são usados como depósito de lixo;
  • A carência de comércio e feira no local;

 

A metodologia

A metodologia adotada para o projeto de habitação popular parte da formulação de um conjunto de premissas, diretrizes e matrizes de avaliação de materiais.

Premissas

  • Manter a malha urbana com a possibilidade de tratamento das ruas internas;
  • Possibilitar que os moradores desfrutem e cuidem dos espaços públicos próximos às residências;
  • Orientação das unidades com relação à insolação, vistas da paisagem e ventilação;
  • Criar marcos urbanos na unidade habitacional;
  • Evitar movimento de terra abusivo – evitar barreiras físicas e priorizar circulação de pedestres;
  • Identificação social – estabelecer a faixa da população que será atendida pelo conjunto habitacional;
  • Criar praças ou áreas de lazer no bosque existente que funcionem como espaço multiuso destinado às diversas atividades comunitárias como: lazer infantil, área para jogos e exercícios, bate-papo, feiras organizadas pelos moradores, etc.
  • Integração da população com o meio urbano:
  • Possibilidade de estacionamentos criados ao longo das guias;
  • Valorizar a diversidade criando diferentes tipologias: unifamiliar, térrea, plurifamiliar, uso misto;
  • Diferentes tipos de lotes;
  • Artifícios para reduzir a taxa de ocupação do terreno e evitar desmembramento;
  • Utilizar materiais de baixo custo e manutenção e melhor benefício;
  • Utilizar procedimentos que viabilizem economicamente e que esteja dentro dos prazos aceitáveis de construção como: modulação e parede hidráulica;
  • Criar diferenciais que aumentem a qualidade de vida dos usuários como: redução na área privativa (valor de compra) e aumento na área comum e convivência;

 

Diretrizes bioclimáticas:

  • Adotar materiais com alta inércia térmica
  • Proteger fachada noroeste
  • Sombrear fachadas norte, leste e oeste
  • Fartas aberturas
  • Saptar ventos frescos
  • Umidificar a edificação
  • Evitar ventos secos
  • Usar vegetação abundante
  • Captar sol para aquecimento no inverno
  • Projetar fartos beirais
  • Adotar pátios internos ao conjunto da edificação
  • Aberturas para empenas com distância mínima de 3 metros
  • Diretrizes de eficiência energética
  • Otimização da iluminação natural;
  • Aquecimento de água através de captação solar;
  • Adequação da carga térmica aos níveis de conforto;
  • Utilização de materiais adequados ao clima;
  • Utilização de equipamentos com comprovada eficiência a nível de consumo;
  • Prioridade na utilização de lâmpadas de baixo consumo.

Diretrizes de sustentabilidade:

  • Prioridade na preservação da flora local, implantada e nativa;
  • Compatibilidade com o entorno em termos de padrão estético e econômico das habitações;
  • Condições mínimas de conforto, compatíveis com o padrão ético de justiça social;
  • Compatibilidade da proposta com as condições econômicas da população alvo;
  • Contemplar espaços de convívio e lazer necessários à atividade social;

Matrizes de avaliação de materiais

Foram utilizadas matrizes para escolha de materiais a partir de critérios estabelecidos e avaliações técnicas e subjetivas. O somatório de todas as notas posiciona o material em relação aos outros em uma avaliação genérica.

O Projeto

Urbanismo

A inclinação e a topografia natural do terreno serão mantidas com algumas adequações localizadas nas erosões mais acentuadas.

A vegetação existente será mantida na sua maioria e adequada à proposta urbanística/paisagística.

Todas as unidades terão acesso pela área comum sendo que, aquelas com acesso pelo térreo são providas de área verde extra, o que lhes confere uma área de uso particular porém non aedificandi.

Os acessos às vilas serão providos de rampas, com interrupção do meio fio, para portadores de necessidades especiais.

Será mantido o sistema viário da malha urbana com a inclusão de bolsões de estacionamento lateral e canteiro.

A área verde e vegetação serão mantidas em cada lote na proporção de 17% de área verde por lote.

Partido

Foi adotado um conceito condominial onde algumas unidades dispostas em conjunto conformam a vila.

Cada unidade, além de possuir toda a infra-estrutura básica de uma residência isolada, compartilha alguns espaços de uso comum através da adoção de acesso único a todas as unidades com suas respectivas entradas voltadas para um mesmo pátio descoberto.

A disposição das unidades no lote foi estudada a fim de atender àlgumas premissas listadas e, principalmente, atingir uma variabilidade da solução formal dinâmica das fachadas do conjunto, atendendo de maneira eficiente a questão bioclimática com a penetração de insolação e ventilação no pátio interno da vila.

Unidades habitacionais

Foram fixados seis tipos de unidades habitacionais:

  • TIPO 1 – um quarto: 41,25 m²
  • TIPO 2 – dois quartos: 52,50 m²
  • TIPO 3 – um quarto: 37,50 m²
  • TIPO 4 –  dois quartos: 63,75 m²
  • TIPO 5 – um quarto: 40,02 m²
  • TIPO 6 – um quarto: 39,70 m²

 

Tipologia e conjunto da vila

As vilas são as unidades básicas do conjunto habitacional formadas a partir de agrupamentos de 2 a 6 unidades voltadas para um espaço interno comum chamado “praça interna”. O agrupamento das unidades na vila constitui o princípio de variabilidade formal da proposta. Foram estabelecidas regras de composição que permitam as combinações mais adequadas, sempre tendo em vista alguns limites que impeçam a formação de grandes muros internos que dificultem a penetração dos ventos e a iluminação natural.

Sistema construtivo ambiental

Foi adotado um sistema construtivo misto com a utilização de tijolos de solo-cimento moldados em obra.

Toda a estrutura do segundo pavimento, em suas diversas composições na vila, foi estudada de forma a ter uma correlação total com as paredes e estrutura do primeiro pavimento.

Características do sistema construtivo em tijolos de solo cimento:

  • Possibilidade de execução dos tijolos na própria obra
  • Baixíssimo impacto ambiental
  • Grande facilidade no assentamento
  • Grande padronização do produto final
  • Perdas reduzidas
  • Possibilidade de reciclagem das perdas
  • Possibilidade de se fazerem paredes portantes
  • Passagem de fiação e tubulações pelos buracos dos tijolos
  • Redução de custo quando feitos em grande quantidade

Conforto ambiental

Os aspectos de conforto ambiental da proposta são maximizados pela presença do pátio interno da vila que cria uma zona permitindo a circulação dos ventos e a penetração do sol em todas as parcelas do lote.

Os estudos das matrizes permitiram a adoção de materiais que contemplem uma simbiose da construção com o clima de Cristalina.

Em todas as unidades habitacionais que tiverem cômodos em contato com o telhado, será colocada uma forração de lambri de pinnus com uma ventilação natural do ático feita através de uma abertura telada.

As soluções de projeto seguiram as orientações das diretrizes bioclimáticas.

Instalações

Todas as instalações hidráulicas foram equacionadas de forma a propiciar uma economia de tubulação e conexões, através da proximidade dos equipamentos e da correlação entre os pavimentos.

Sistemas sustentáveis

As diretrizes de sustentabilidade apontam para soluções que atendam a dois pré-requisitos:

  • Soluções econômicas em termos de investimento inicial;
  • Soluções que possam ser incorporadas à edificação em uma etapa posterior à construção inicial, ou seja, soluções implantadas pelos próprios moradores.

Assim, são propostas duas soluções passíveis de utilização que atendem aos dois pré-requisitos:

  • Solução 1 – aquecimento solar a partir de aquecedores econômicos tipo monobloco. Infra-estrutura do projeto: será fornecido um ponto de água no telhado para a futura instalação;
  • Solução 2 – captação e aproveitamento da água da chuva. Infra-estrutura do projeto: todas as águas de telhado são posicionadas de forma a permitir a instalação posterior de calhas externas com filtros de passagem ou caixas de areia.

 

Materiais

  • Fundação – radier
  • Piso – cimento queimado/cerâmica
  • Telhado – telha cerâmica Plan
  • Estrutura – alvenaria portante
  • Alvenaria – tijolos de solo-cimento
  • Pintura – impermeabilizante para tijolo
  • Banheiros – cerâmicas 20x20 meia altura
  • Forro – lambri pinnus

Programa de financiamento

A modalidade de financiamento escolhida é o PROGRAMA PRÓ-MORADIA que se destina à iniciativas originárias dos “estados, municípios, distrito Federal ou empresas estatais não dependentes”.

A escolha por esta modalidade decorre das condições facilitadas para o financiamento de conjuntos habitacionais com o financiamento “inclusive da infra-estrutura básica necessária a sua habitabilidade”.

O limite estabelecido para o PRÓ-MORADIA é de R$ 17.000,00 o que permitirá ao futuro proprietário financiar a totalidade dos apartamentos com área em torno de quarenta metros quadrados, e boa parte dos apartamentos que, porventura, venham a ultrapassar essa medida.

ficha técnica

Autores
Arquiteto Mário Viggiano (coordenador); Arquitetos Adalberto Vilela, Alessandra Lessinger, Carlos Vinícius Meirelles, Fabiano Castro e Keyla Boaventura

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Equipe premiada
Brasília DF Brasil

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