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PORTAL VITRUVIUS. Concurso HabitaSampa – Projetos para Locação Social. Projetos, São Paulo, ano 04, n. 040.02, Vitruvius, abr. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/04.040/2290>.


Conjunto Cônego Vicente M. MarinoBairro ainda pouco denso, a Barra Funda resistiu às mudanças estruturais da cidade nas últimas décadas, guardando características da sua formação a partir da instalação da ferrovia Santos-Jundiaí. Além do parque industrial que se instalou ao longo da linha férrea, alguns outros elementos caracterizam a orla ferroviária: a presença de vilas operárias, pátios de manobras e grandes terrenos subutilizados circundando os trilhos.  Esse é o cenário do presente projeto, que deve ser entendido como exemplo das transformações desejáveis das áreas lindeiras à ferrovia, na longa faixa que cruza regiões centrais de São Paulo. O incentivo ao uso habitacional nessas áreas é, invariavelmente, apontado pelos inúmeros planos urbanísticos e acertadamente proposto por esse concurso.A linha divisória cidade/ trem deve ser enfrentada na escala urbana, na compreensão da sua extensão. Desenhar a continuidade da rua que margeia os trilhos permite que o espaço público irrigue a região e que a linha férrea abandone sua condição de fundo, de espaço remanescente. Essa via projetada cria uma nova frente para o terreno e dá acesso às habitações; ao longo dela se localizam as vagas de automóveis para os moradores.

O projeto organiza-se a partir de três elementos principais: blocos habitacionais, Centro de Capacitação Técnica em Reforma e Restauro e um platô com as áreas livres.

Buscando qualificar a relação do lugar com a linha férrea, é criada uma nova cota para o espaço de lazer do conjunto. Assim configura-se o platô que resguarda as habitações da via pública e que ao mesmo tempo cria um terreno de onde se vê a cidade para além da ferrovia: uma conexão visual dos dois lados do tecido urbano cindido. Um impulso ao uso da passarela de pedestres localizada a menos de 100 metros do terreno.

Os apartamentos são organizados em três blocos longilíneos transversais à rua Cônego Vicente Marinho, pousados sobre o platô.  Cada bloco é formado por um par de lâminas paralelas que definem um amplo vazio central, iluminado e ventilado naturalmente. No interior desse espaço estão dispostas as circulações, escadas e passarelas metálicas. As habitações foram implantadas no sentido leste/oeste, o que garante boa insolação a todas as unidades e, evitando o paralelismo com a ferrovia, resguarda-as do ruído dos trens.

Entre os blocos, dois pátios arborizados com pisos drenantes de pedrisco configuram espaços de estar e lazer coletivo. As árvores são de copa pouco densa e perdem suas folhas no inverno, assim cumprem funções diversas: sombreiam os pátios, não bloqueiam a insolação dos apartamentos e colaboram para a diminuição da reverberação do ruído incidente. Os ipês rosa e amarelo, além de cumprirem essas características, florescem em períodos alternados, caracterizando distintamente estes espaços.

Na esquina do terreno, a oeste, foi criada uma pequena praça na extensão da calçada, para onde se volta uma creche que deve servir aos moradores.

Uma construção horizontal se desenvolve ao longo de toda a via principal, apóia as três lâminas e abriga o Centro de Capacitação Técnica, bem como o acesso principal às habitações cujo endereço é indicado pelo balanço dos blocos.  Essas funções colaboram para animação da rua nos diversos horários do dia. Uma pequena viela entre o platô e a escola permite que todos os seus ambientes se abram para um espaço resguardado em relação à rua, além de acomodar o estacionamento dos funcionários. O auditório e a cantina da escola podem funcionar independentemente para atender aos moradores do bairro.

No bloco voltado para rua Cruzeiro, uma via de menor fluxo, foram localizadas 9 unidades habitacionais no térreo que, por terem acesso direto da rua, podem servir a portadores de necessidades especiais antes mesmo da instalação dos elevadores previstos.

Os edifícios são construídos em alvenaria estrutural de bloco de concreto, com vãos de 3 metros. Foram utilizadas lajes-treliça de 12 cm de espessura e os balanços dos blocos habitacionais podem ser realizados pela própria alvenaria estrutural, reforçada com malha de atirantamento nos blocos grauteados.

Os vãos de 6 metros sobre a viela e o Centro de Capacitação serão construídos com lajes do tipo "Pi" de concreto pré-moldado. Os caixilhos, idênticos para salas e dormitórios, definem aberturas verticais. Buscando ampliar o espaço interno dos apartamentos, optou-se por vedar as salas de todas as unidades com blocos vazados de concreto e vidros fixos, o que, em função das variações dos tipos, confere um ritmo irregular às fachadas.

ficha técnica

Arquitetura
Una arquitetos

Arquitetos
Cristiane Muniz, Fábio Valentim, Fernanda Barbara, Fernando Viégas, Ana Paula de Castro, Apoena  Amaral e Almeida, Jimmy Liendo, José Carlos Silveira, José Paulo Gouvêa, Ricardo Barbosa Vicente e Sabrina Lapyda

Estrutura
Heloísa Maringoni

Consultoria em acústica
Alexandre Sresnewski

Consultoria em paisagismo
Ricardo Vianna

Planilhas
Aluíso Leite

Modelo eletrônico
Clóvis Cunha

Fotografia
Bebete Viégas

source
Equipe premiada
São Paulo SP Brasil

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