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architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
A pandemia Covid-19 evidenciou o impacto da edificação na saúde e no bem-estar de seus ocupantes. Nesse contexto, discute-se a necessidade de uma mudança de paradigma na abordagem da iluminação na arquitetura, a lume dos efeitos não visuais da luz.

english
The Covid-19 pandemic highlighted the impact of the building on the health and well-being of its occupants. In this context, the need for a paradigm shift in the approach to architectural design is discussed, focusing on the non-visual effects of light.

español
La pandemia de Covid-19 destacó el impacto del edificio en la salud y el bienestar de sus ocupantes. En este contexto, se discute la necesidad de un cambio de paradigma en el enfoque del diseño arquitectónico, con el foco en los efectos de luz no visuales


how to quote

FONSECA, Raphaela W. da; PEREIRA, Fernando O. R.. Uma reflexão acerca da qualidade luminosa das habitações e a saúde de seus ocupantes. Arquitextos, São Paulo, ano 22, n. 259.12, Vitruvius, dez. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/22.259/8489>.

A pandemia Covid-19, causada pelo vírus Sars-CoV-2, foi oficialmente decretada pela Organização Mundial da Saúde em março de 2020 (1) e, desde então, vem impactando o mundo em diversas esferas, dentre elas, a arquitetura. Visando conter a crise sanitária e evitar o colapso do sistema de saúde, governos adotaram uma série de medidas sociais e de saúde pública, incluindo a implementação de barreiras sanitárias. Fronteiras foram fechadas, impôs-se o isolamento e o distanciamento social e a adotaram-se medidas de higiene. A dificuldade para a implementação das condições mínimas de barreiras sanitárias que garantissem a proteção da comunidade levou ao fechamento das escolas (2), à adoção do home office, à limitação do uso do transporte público, da operação do comércio, entre outros. Tais medidas resultaram na vivência mais intensa da habitação e, com isso, foram realçadas as suas qualidades e limitações. Esse fato pode ser percebido pelo aumento da quantidade de reformas durante o período, conforme noticiado por diversos veículos de comunicação (3).

Historicamente, as pandemias marcaram a arquitetura e o urbanismo lembrando-nos do papel que as edificações exercem na saúde física e mental de seus habitantes. Além de todos os aspectos psicológicos e funcionais, os sanitários, geralmente correlatos à ventilação e à iluminação, se destacam nos contextos pandêmicos. Estudos contemporâneos indicam que a ventilação natural nas edificações é uma estratégia para a mitigação da contaminação por coronavírus (4) e que a taxa de umidade do ar em seu interior apresenta correlação negativa com a morbidade e mortalidade da doença (5). No que se refere à iluminação natural, há evidências de que a luz solar pode inativar o Sars-CoV-2 em um curto intervalo de tempo (6). Naglaa A. Megahed e Ehab M. Ghone (7) fazem uma retrospectiva dos efeitos de pandemias anteriores como a da Tuberculose, da Febre Tifoide, da Poliomielite e da Gripe Espanhola na arquitetura e no urbanismo e ensaiam reflexões sobre como seria o ambiente construído como um “antivírus”. Desta reflexão, concluem que, embora a pandemia tenha salientado as limitações de como gerenciamos ou construímos os espaços, ela nos deu a chance de aprender. Os autores colocam que o benefício desta experimentação forçada é a oportunidade de avaliarmos soluções promissoras e planejarmos ações a longo prazo de um ponto de vista transformador. Assim, provocam formuladores de políticas públicas, planejadores e arquitetos a pensar de forma inovadora, visando remodelar nossos espaços físicos, redefinir o ambiente construído existente e a desenvolver ideias para enfrentar futuras disseminações virais.

Nesse viés, o presente texto se centra no aspecto da qualidade luminosa das edificações, refletindo acerca da necessidade de mudança de paradigma na abordagem da iluminação natural na arquitetura. A extensão do tempo de permanência dos indivíduos em suas habitações e a consequente alteração de sua exposição à luz do dia, seja pela limitação da circulação ou pelas condições oferecidas pelas edificações, pode impactar diretamente na sua saúde. Oportunamente, vivemos nos dias de hoje uma revisão do conceito de “edificações de alto desempenho”, observando uma migração para uma abordagem antropocêntrica, cujo cerne é o bem-estar do homem. Diante da importância dos efeitos não visuais da luz para a sua saúde, somada ao tempo de sua permanência no interior das edificações, enfatizado na pandemia, entende-se que o tema é de extrema relevância para a qualidade de vida da população. Três aspectos são destacados na presente discussão: a iluminação natural ser considerada pelos ocupantes como um aspecto primordial de uma edificação de alto desempenho; o seu impacto na saúde humana e as consequências desse impacto para a sociedade.

Contextualização teórica

O ritmo circadiano refere-se às mudanças cíclicas e regulares que afetam fisiologicamente grande parte dos seres vivos, em um período de aproximadamente 24 horas, regulado pela alternância entre claridade e escuridão decorrentes do dia e da noite. Nesse contexto, salienta-se que durante a maior parte da evolução humana as atividades ocorriam ao ar livre, do despertar ao adormecer. Assim, o nosso sistema biológico evoluiu adaptando-se às condições de luminosidade resultante de longos períodos de exposição à luz do dia. Dessa forma, não surpreende o fato de a luz natural estar estre os principais fatores ambientais que produzem bem-estar e manutenção da saúde humana. Inúmeros fatores advogam a favor da luz do dia ser considerada um norteador do projeto de edificações. Além de estar associada ao contato com o exterior, apresenta melhor qualidade na reprodução das cores e confere dinamismo aos ambientes. Lisa Heschong (8) a descreve como uma estratégia win-win, pois, ao mesmo tempo em que possui grande potencial de partido projetual, possibilitando a criação de espaços emblemáticos, propicia ambientes luminosos de alta qualidade, reforçando o conforto e o bem-estar, requer baixa manutenção e apresenta potencial de economia de energia.

Quanto ao bem-estar, destaca-se o seu efeito no aumento da produtividade e a melhora da saúde dos ocupantes. Pesquisas relacionaram a iluminação natural e o contato com o exterior com a otimização do desempenho de alunos em sala de aula (9); da produtividade em escritórios (10); e de vendas, com aumento de 6% a 40%, conforme o incremento do tempo de exposição a essa fonte de luz (11). Diversos estudos ainda relataram benefícios associados à recuperação de pacientes em edificações hospitalares (12). Os efeitos visuais e não visuais da luz são fortemente conexos a saúde dos ocupantes, em especial pela sua influência no sistema endócrino, no ritmo circadiano e em aspectos psicológicos (13).

A relação da iluminação natural com o bem-estar apresenta também impacto financeiro, visto que o custo homem/hora é um dos mais elevados em ambientes corporativos (14). A adoção do conceito Triple Bottom Line — TBL (o tripé: people, planet e profit) para a avaliação de investimentos em edifícios de alto desempenho comprova os benefícios financeiros do uso da luz natural. A análise de investimentos em aspectos econômicos, ambientais e humanos, aponta os humanos como os de retorno financeiro mais rápido (15), exemplificado pela redução de abstenção por doenças e aumento da produtividade. Esse resultado alinha-se com o contexto contemporâneo da construção sustentável, em que se almeja ir além das abordagens centradas em energia adotando-se uma perspectiva mais ampla, focando também em qualidade de vida, satisfação dos ocupantes e bem-estar psicobiofisiológico (16).

A descoberta, relativamente recente, das Células Ganglionares da Retina intrinsecamente fotossensíveis (ipRGCs), uma terceira classe de fotorreceptores da retina (17), chamou a atenção da comunidade científica para efeitos não visuais da luz na saúde e no bem-estar humanos. Essas células são especializadas para responder à níveis de luz (irradiância) independentemente da percepção visual (imagem). O que inclui a ativação direta e a sincronização (mudança de fase) do nosso ritmo circadiano, a regulação do tamanho da pupila, a produção de melatonina pineal e a percepção do brilho da cena (18).

Nesse contexto, destaca-se o impacto da iluminação na regulação e na manutenção do ritmo circadiano, cujo cerne é uma complexa estrutura molecular cerebral acionada conforme a luz que recebe. O período intrínseco ao “relógio circadiano ou biológico” requer redefinição diária de uma fonte externa para manter a relação com o dia astronômico. A exposição à luz é a principal ferramenta para definir e regular o ritmo circadiano. Existem evidências de que o sistema não visual humano é mais sensível à região azul-verde do espectro da luz, distribuição espectral do céu azul (19). Além do espectro, o funcionamento do ciclo circadiano depende da intensidade de luz, do horário e da duração da exposição, do padrão de luz recebido no olho e do histórico de exposição à luz (20). Nesse âmbito, a luz natural é a que possui a maior parte do espectro nos comprimentos de onda aos quais o sistema circadiano responde, além de apresentar a variação espectral diária e intensidade apropriadas para a sua manutenção.

Kyle Konis (21) elenca uma ampla gama de funções comportamentais e fisiológicas reguladas pelo ritmo circadiano, como sono e vigília, nível de alerta, humor, supressão e secreção de hormônios e a temperatura corporal central, entre outras. A desordem desse ritmo é associada a distúrbios do sono, tais como insônia e sonolência excessiva, ao aumento do risco de diabetes e até mesmo a alguns tipos de câncer (22). O padrão de exposição à luz influencia sobremaneira o sistema endócrino, afetando a produção de melatonina e serotonina. A produção de melatonina está diretamente ligada à alternância de luz e escuridão, sendo responsável pelo ajuste do ritmo circadiano, da pressão sanguínea, da reprodução, do sistema imunológico, entre outros (23). Simon N. Young (24) recomendou o aumento da exposição a níveis elevados de luz para melhorar a produção de serotonina no cérebro. Esse hormônio neurotransmissor é influente no ritmo circadiano e fortemente responsável pelo bem-estar e por aspectos biopsíquicos. Nesse sentido, a exposição à luz é frequentemente reportada como terapêutica, sendo prescrita como um antidepressivo natural, consistindo em um dos tratamentos para o transtorno afetivo sazonal (25).

No campo da arquitetura, a relação com a luz natural, mais do que uma necessidade psicológica e simbólica, está quase sempre ligada à origem das escolhas da composição formal, sejam elas conscientes ou inconscientes (26). Historicamente, a técnica de projetar iluminação tem sido baseada exclusivamente nos efeitos visuais da luz, sem considerar a sua influência como reguladora neurobiológica e os demais efeitos não visuais (27). A iluminação das edificações é geralmente fornecida por fontes elétricas adequadas para a execução de tarefas visuais, mas podem não ter a composição e a intensidade espectral apropriadas para estimular o sistema circadiano. O espectro de ação da luz para o sistema circadiano é deslocado para um comprimento de onda mais curto (~ 490 nm), luz "azul", em relação ao sistema visual, cuja sensibilidade máxima ocorre à luz "verde" (~ 555 nm) (28).

Todas as zonas dentro de um edifício que não atingem regularmente as condições de iluminação necessárias para um estímulo circadiano eficaz podem ser rotuladas como biologicamente escuras e consideradas zonas em que a ocupação sustentada por longos períodos pode representar um risco de interrupção do funcionamento do sistema circadiano (29). Além da adequação das fontes luminosas, os arquitetos podem minimizar tais áreas pela catalisação da componente refletida interna da luz (30). Isso porque, além da intensidade e da composição espectral da luz direta, proveniente de fontes elétricas e da luz do dia, o estímulo da retina é especialmente influenciado pela composição espectral da luz refletida. Esta, por muitas vezes, atinge o plano da visão perpendicularmente, assumindo o protagonismo na composição luminosa recebida pelo olho. A luz refletida tem a sua intensidade e o seu conteúdo espectral afetados pelas propriedades ópticas da superfície refletora, bem como pelas relações geométricas do espaço, que determinam as interreflexões dentro do ambiente (31). Qi Dai, Yingying Huang, Luoxi Hao, Yi Lin e Kaixuan Chen (32) apontaram a possibilidade de otimização da eficácia geral da iluminação circadiana em até 3,6 vezes, apenas combinando aspectos espaciais e espectrais do ambiente.

O habitat saudável: um direito

Nos dias de hoje, as pessoas passam aproximadamente 90% do tempo dentro de edificações (33), o que se tornou possível após o advento da luz elétrica. Contudo, o ritmo circadiano baseia-se em um longo processo evolutivo e, embora adaptável, o corpo humano precisaria de mais tempo para se moldar à condição atual de exposição à luz. Assumindo que o tempo de permanência dos indivíduos em ambientes internos dificilmente mudará em um horizonte próximo, as edificações devem lhes oferecer condições de acesso à quantidade e qualidade de luz necessária à manutenção da sua saúde.

Originalmente, as habitações foram concebidas com a função de proteção, como abrigo, devendo favorecer o viver nos aspectos materiais e espirituais (34). Sendo a proteção a sua principal função, se essa não oferece condições de salubridade a seus habitantes, ela não comporta o habitar e descaracteriza-se de sua etimologia. Enquanto habitação, as edificações são frequentemente abordadas como a terceira pele do homem, sendo a primeira, a epiderme; a segunda, a vestimenta; e a terceira, a habitação propriamente dita (35). Dessa forma, a edificação funciona como um filtro entre o ambiente natural e todos os “sensores” biológicos que compõe o corpo humano. Logo, a qualidade da arquitetura referente aos aspectos sensoriais e perceptuais do homem, determinará o quanto a habitação efetivamente o protegerá ou acabará por prejudicá-lo. Assim, se a habitação não oferece condições luminosas para a manutenção do seu ritmo circadiano, e o condiciona aos efeitos dessa restrição, a habitação não cumprirá o seu papel primordial.

Os levantamentos anuais feitos pela Velux sobre o impacto das edificações na saúde de seus ocupantes evidenciam a importância e a preferência dos usuários pela luz natural. Nesses levantamentos, são apresentados indicadores, como o aumento da produtividade e a melhora no sono de trabalhadores que atuam em ambientes naturalmente iluminados, como comprovação de seus benefícios (36). O levantamento de 2015 apontou a quantidade de luz natural, como um dos principais critérios de europeus para a escolha de um novo imóvel (37). Essa constatação é reforçada em diversos estudos, como o de Stephen Finlay, Isabella Pereira, Ella Fryer-Smith, Anne Charlton e Rebecca Roberts-Hughes (38), que apontou a luz natural como o atributo mais importante em uma residência, com mais de 60% dos entrevistados classificando-a como muito importante. No Brasil, em um estudo realizado sobre os atributos que influenciam na intenção de compra de imóveis residenciais, ter quartos ensolarados e a possibilidade de aproveitamento da iluminação natural estiveram entre os 8 mais importantes atributos avaliados, dentre trinta (39). Outros estudos revelaram que mais de 60% dos usuários de ambientes coorporativos preferem a luz solar em seus escritórios em pelo menos uma estação do ano (40) e acreditam que trabalhar sob luz natural é melhor para a sua saúde que a luz artificial (41). Esses exemplos ilustram a relação intrínseca entre o conceito de edificações de alto desempenho e uma iluminação natural de qualidade, para a percepção humana.

Quanto aos efeitos não visuais da luz e ao desempenho de edificações, nota-se um crescimento exponencial de publicações científicas sobre o tema ao longo das duas últimas décadas. A principal discussão refere-se ao desenvolvimento de métricas que permitam a avaliação “desempenho circadiano” dos edifícios (42). Destaca-se a interdependência entre o conhecimento produzido pela área da saúde, de arquitetura e de engenharia como fator elementar para a evolução do tema. No meio científico estabeleceu-se o termo “potencial circadiano” como forma de expressar o quanto uma edificação favorece o bom funcionamento de sistema circadiano de seus usuários (43). Entende-se que nas áreas da edificação onde há luz natural abundante, isentas de desconforto por ofuscamento, levando ao fechamento de cortinas, os habitantes teriam maior potencial de se beneficiar da exposição aos ciclos de claridade e escuridão decorrente das 24 horas do dia, bem como do espectro completo característico da luz natural.

Visto o impacto que os efeitos não visuais da luz apresentam na saúde humana e o tempo de permanência da maior parte da população dentro das edificações, sugere-se discutir o potencial circadiano edilício sob a ótica de saúde pública. A Revista Brasileira de Epidemiologia publicou uma breve revisão de alguns textos clássicos de medicina preventiva e de saúde pública para discutir o que é um problema de saúde pública (44). Diante das definições encontradas e dos conhecidos efeitos de uma exposição inadequada à luz, projetar edificações bem iluminadas seria uma medida profilática para a mitigação das comorbidades associadas a esses efeitos. Os autores da revisão colocam que a definição de problema de saúde é expressa a partir de sua natureza, extensão, severidade e significância (45). Entre os critérios elencados para definir problemas prioritários estão o interesse da comunidade, a prevalência, a gravidade e a possibilidade de controle. Existe ainda o critério potencial epidêmico, ou seja, alguns problemas, precisam ser tratados como de saúde pública, pelo seu potencial de expansão. A recomendação de rastreamento de tais problemas deve considerar a carga de mortalidade, morbidade e sofrimento causados pela condição. A carga é caracterizada, entre outros, pelo impacto na sociedade, incluindo como critérios, os custos do tratamento. A questão dos custos para a sociedade ganhou importância recentemente, devido ao aumento significativo dos custos de assistência, fomentando estudos de economia em saúde a fim de definir prioridades para racionalizar gastos limitados frente às necessidades ilimitadas. Com esse propósito foram desenvolvidos indicadores como o Quality-Adjusted Life Years — QALY e o Disability-Adjusted Life Years — DALY do Banco Mundial que incorpora uma medida de tempo de incapacidade aos anos potenciais de vida perdidos (YPLL). Indicadores como esses, desde que validados adequadamente, são instrumentos para definir o que realmente seria um problema de saúde pública, visto que sua contextualização é ampla e uma condição não precisa preencher simultaneamente todos os critérios apresentados para ser considerada uma prioridade para ações sanitárias.

Como suportado anteriormente, os efeitos de um sistema circadiano desregulados na saúde humana podem ser bastante extensos, influenciando no funcionamento de diversos sistemas biológicos. As doenças associadas à disfunção do ritmo circadiano como a diabetes, doenças cardíacas, câncer e a depressão, são doenças de elevado custo para a sociedade, tanto em termos humanos quanto financeiros. Tais doenças podem levar tanto à mortalidade, como em maior escala, à disfunção temporária ou permanente. Costa e Victora (46) exemplificam como problemas prioritários o câncer de mama e o tabagismo, devido ao seu grau epidêmico. Esse critério corrobora para que o desempenho luminoso das edificações seja um tema a ser discutido no viés de saúde pública, haja vista o elevado percentual da população que passa parte significativa de suas vidas no interior de edificações e as doenças associadas à uma iluminação inapropriada.

É difícil colocar em números o impacto da permanência prolongada à iluminação inadequada, seja para o sistema circadiano ou para o conforto visual. Entretanto, já existem esforços para traduzir em custos os efeitos de edificações desfavoráveis à saúde. Em 2015, o levantamento anual da Velux (47) procurou destacar os prejuízos trazidos por edificações com baixa qualidade do ar e iluminação natural. O levantamento relatou que na Europa gasta-se cerca de 17 milhões de euros por ano em tratamento de asma e que a produtividade no trabalho poderia aumentar em até 15% se o ambiente interno tiver luz do dia, temperatura e qualidade do ar adequadas. O mesmo levantamento colocou o stress, ansiedade e depressão como responsáveis pela perda de 15 milhões de horas de trabalho na Inglaterra em 2013. Essas doenças podem ter seus efeitos minimizados pela exposição à luz natural, como destacado no mesmo relatório. Tais dados foram levantados para frisar a necessidade de reconsiderar como projetamos nossas residências, escolas e locais de trabalho.

Dado o impacto social da qualidade luminosa das edificações, o seu desempenho torna-se uma questão macro e multisetorial. Quanto à esfera governamental, envolve o impacto na saúde e na qualidade de vida da população e o impacto financeiro no sistema único de saúde e em sistemas de saúde privados. Para o setor industrial e empresarial, o maior impacto é financeiro, associado ao prejuízo por abstenção no trabalho e pela produtividade dos trabalhadores. Para o setor da construção civil, o impacto remete aos processos projetuais e de qualidade. Nesse sentido, as legislações construtivas exercem influência na escala da cidade e da edificação e acabam por resultar no produto que é colocado no mercado, a edificação e a configuração morfológica urbana em si. Dessa forma, entende-se como responsabilidade do governo e do setor da construção civil garantir isonomia do direito à iluminação de qualidade à população, informar o cidadão sobre o impacto das edificações em sua saúde, bem como instrumentá-lo para poder escolher conscientemente um imóvel de acordo com o seu potencial de salubridade.

Mudança de paradigma

Conforme discutido, o conhecimento atual sobre os efeitos não visuais da luz aponta a necessidade de se garantir o acesso à iluminação adequada à saúde nas edificações, cuja importância foi evidenciada durante a pandemia Covid-19. Contudo, as recomendações de boas práticas para projeto atualmente disponíveis no mundo, foram desenvolvidas para atender às necessidades visuais humanas antes da compreensão científica do importante papel que a luz desempenha na manutenção de suas funções biológicas (48). Embora já existam algumas metodologias para a estimativa do potencial circadiano das edificações, o conhecimento desse tema ainda é incipiente e envolve saberes de diversas áreas. Nesse sentido, é importante que os arquitetos assumam a sua posição para gerar tal conhecimento de maneira integrada, em equipes multidisciplinares, para obter respostas a esses novos aspectos que possam impactar positivamente o processo de projeto e materialização de edificações e cidades.

A mudança de paradigma na forma de conceber o ambiente luminoso envolve a escala da edificação e a urbana. A última, sob duas óticas, uma enquanto o grande habitat em que se configuram os diversos padrões de exposição à luz inerentes ao cotidiano, seja em locais abertos ou fechados, de permanência ou de passagem. E a outra, enquanto o efeito da morfologia, uma vez que os índices urbanísticos acabam por influenciar sobremaneira o acesso à luz, em especial, nos cânions urbanos. Conclui-se retomando a provocação de Megahed e Ghone (49) que desafia os diversos atores envolvidos na concepção de cidades e edificações a pensar de maneira inédita, em busca de soluções transformadoras. Nesse sentido, o presente texto visou trazer à luz alguns pontos a serem considerados nesse novo pensar buscando garantir o direito da população ao habitat saudável.

notas

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CAJOCHEN, C.; ZEITZER, J.M.; CZEISLER, C.A.; DIJK, D.J. Op. cit.

29
MARTAU, Betina Tschiedel. A luz além da visão: iluminação e sua relação com a saúde e bem-estar de funcionárias de lojas de rua e de shopping centers em Porto Alegre. Tese de doutorado. Campinas, FEC Unicamp, 2009; MARTINEZ, D.; LENZ, M. C. S; MENNA-BARRETO, L. Op. cit.

30
BELLIA, L.; PEDAC, A.; BARBATO, G. Indoor artificial lighting: Prediction of the circadian effects of different spectral power distributions. Lighting Res. Technol., vol. 46, 2014, p. 650-660.

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JUNG, B.; INANICI, M. Measuring circadian lighting through high dynamic range photography. Lighting Res. Technol., n. 51, 2019, p. 742–763.

32
DAI, Qi; HUANG, Yingying; HAO, Luoxiv; LIN, Yi; CHEN, Kaixuan. Spatial and spectral illumination design for energy-efficient circadian lighting. Build Environ., v. 146, dez. 2018, p. 216-225.

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KLEPEIS, Neil; NELSON, William; OTT, Wayne; ROBINSON, John; TSANG, Andy; SWITZER, Paul; BEHAR, Joseph; HERN, Stephen; ENGELMANN, William. The national human activity pattern survey (NHAPS): a resource for assessing exposure to environmental pollutants. J. Expos. Anal. Environ. Epidem., v. 11, n. 3, 2001, p. 231-252.

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FINLAY, Stephen; PEREIRA, Isabella; FRYER-SMITH, Ella; CHARLTON, Anne; ROBERTS-HUGHES, Rebecca. The Way We Live Now. Riba and Ipsos Mori, 2012.

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40
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41
Rensselaer Polytechnic Institute, Daylighting Resources — Productivity. Lighting Research Center <https://bit.ly/3z28leK>.

42
ALTUN, Armagan; UGUR-ALTUN, B. Op. cit.

43
STEVENS R, REA M. Op. cit.

44
COSTA, Juvenal Soares Dias da; VICTORA, Cesar G. O que é "um problema de saúde pública"? Rev. bras. epidemiol., v. 9, n. 1, 2006, p. 144-146.

45
Idem, ibidem.

46
Idem, ibidem.

47
CHRISTOFFERSEN, J., PETERSEN, E., JOHNSEN, K., VALBJØRN, O. AND HYGGE, S. Vinduer og dagslys — en feltundersøgelse i kontorbygninger. SBi — rapport 318, Hørsholm, Statens Byggeforskningsinstitut, 1999.

48
MARTINEZ, D.; LENZ, M. C. S; MENNA-BARRETO, L. Op. cit.

49
MEGAHED, N. A.; GHONEIM, E. M. Op. cit.

sobre os autores

Raphaela W. da Fonseca é arquiteta e urbanista pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2004), mestre em arquitetura (2007) e doutora em engenharia civil (2015) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atua como pesquisadora na área de iluminação natural no Laboratório de Conforto Ambiental da mesma universidade, onde realizou quatro pesquisas de pós-doutorado (2017-18-19 e 2021).

Fernando O. R. Pereira é engenheiro civil (1979), mestre em engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1984) e PhD pela Universidade de Sheffield — Inglaterra (1992). É professor titular do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina. Já publicou mais de 230 artigos e foi coautor do livro Eficiência Energética na Arquitetura.

preâmbulo

O presente artigo faz parte de Preâmbulo, chamada aberta proposta pelo IABsp e portal Vitruvius como ação para alavancar a discussão em torno da 13ª edição da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, prevista para 2022. As colaborações para as revistas Arquitextos, Entrevista, Minha Cidade, Arquiteturismo, Resenhas Online e para a seção Rabiscos devem abordar o tema geral da bienal – a “Reconstrução” – e seus cinco eixos temáticos: democracia, corpos, memória, informação e ecologia. O conjunto de colaborações formará a Biblioteca Preâmbulo, a ser disponibilizada no portal Vitruvius. A equipe responsável pelo Preâmbulo é formada por Sabrina Fontenelle, Mariana Wilderom, Danilo Hideki e Karina Silva (IABsp); Abilio Guerra, Jennifer Cabral e Rafael Migliatti (portal Vitruvius).

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